domingo, 28 de outubro de 2012

Palenque


A serpenteante estrada entre San Cristobal e Palenque, é muito mais famosa pelos seus perigos que por sua beleza. O estado de Chiapas, onde ficam as duas cidades é a base dos Zapatistas, grupo paramilitar que luta pelos direitos indígenas, que são 1/4 da população local. Esses caras não são de brincadeiras e além de ocupação de cidades, conflitos armados com o exército mexicano, tem vários relatos de violência e assaltos de turistas por zapatistas nessa região. Mais frequentes são pedágios não oficiais cobrados na estrada.
A alternativa a esse trecho de estrada é uma volta enorme de mais de 6 horas, com várias serras (desnível de mais de 1500m). Mas nós fizemos como fazemos sempre: conversamos com os locais e perguntamos sobre as condições das estradas e de segurança. E também viajamos sempre de dia.
Todos a quem perguntamos, seja informações turísticas, posto de gasolina, no camping ou outros viajantes, nos disseram para seguir sem medo e foi o que fizemos. E foi mesmo tranquilo, apesar das muitas lombadas (chamadas de topes por aqui), advertência que já tínhamos recebido. É mesmo muita curva e lombada, mesmo pra quem está acostumado com a Rio-Santos. Em 2 ou 3 pontos, havia uma "barreira" que não era mais que um cordão com algumas bandeirinhas ou pedaços de pano colorido de um lado a outro da etrada e com algumas crianças e jovens segurando-a. Não sabemos se é isso que os gringos chamam de pedágio ou barreira zapatista. Nós nem diminuímos a velocidade e a molecada simplesmente abaixava a cordinha para passarmos. Ao invés de pedágio, preferimos ajudar o pessoal comprando alguns produtos da beira da estrada: bananas, coco fresco com limão e pimenta e castanhas cozidas.
Grafites pró-zapatistas

Chegando em Palenque, não perca tempo na cidade, vá direto para a zona do parque arqueológico, onde tem vários hotéis, pousadas e restaurantes. Mas atenção, antes da zona arqueológica, você precisa entrar num parque nacional. Esse parque é pago somente por turistas, os locais são isentos. Mas os guardas da portaria saem às 16:30 e após esse horário a entrada fica livre.
Templo do Sol

As ruínas de Palenque foram as que mais gostamos no México. Pirâmides misteriosas restauradas mas cercadas e ainda meio cobertas pela selva, lindas, super propocionais e com uma energia super legal.
Templo das Inscrições

Infelizmente os lugares mais legais estão fechados ao turismo: o Templo das Incrições e a Cripta do Pakal. Mas mesmo assim achamos que valeu super a pena subir nas pirâmides do Templo do Sol e do Templo da Cruz. Recomendamos também ir no ótimo museu que tem logo depois da saída. Além de vários objetos de Palenque, todos bem organizados e com as devidas explicações, eles tem também uma réplica do sarcófago de Pakal.

No lado esquerdo, exemplos da escrita maia

Palenque foi uma cidade maia, civilização pré-colombiana mais desenvolvida, com uma escrita totalmente formada e grandes avanços em astronomia e em matemática. Nesse campo aliás, vale notar o sistema numérico vigesimal e a utilização do zero. Sua arquitetura e arte são fascinantes. Apesar de já termos lido sobre eles e visto a sala maia no museu de antropologia na cidade do México, a sensação de caminhar pela cidade entre todas as ruínas é indescritível.
Estudantes realizando seus desenhos - Templo do Conde

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