A capital argentina é
uma queridinha para gente. Tanto que dessa vez, resolvemos ficar uma semana só
nela, aproveitando toda a urbanidade que sentíamos falta. Vamos incluir nisso
cinema, cafés, parques e restaurantes.
Para facilitar a
mobilidade dentro da cidade, deixamos o Jumbo estacionado bem longe do centro,
num local interessante para overlands. O nome do espaço é Andean Roads, local
que aluga motorhomes. Apesar da longa distância, o preço e o espaço seguro
compensaram.
Alugamos um
apartamento para nossa estadia. A experiência de estar numa cidade como se
fosse um morador dela é muito interessante. Comprar pão, frequentar
supermercados e andar de ônibus faz com que a integração com os locais seja
muito rápida. No final das contas, sai elas por elas alugar apartamento e ficar
num hotel. Lembrando que você vai lavar a louça de tudo que usar, arrumar a
cama diariamente, etc. Para quem estava vivendo no Jumbo há meses, a quitinete
era gigante! E tinha muito conforto também. Para alugar apartamentos no
exterior indicamos esse site: homelidays.
Já conhecíamos Buenos
Aires de outras viagens. Então a “necessidade” de visitar alguns pontos turísticos
não existia e por isso, focamos em atividades que realmente gostaríamos de
fazer.
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Milongando |
Uma das coisas que
decidimos fazer foi aula de tango nas milongasRecomendamos pelo menos uma noite numa milonga. Nesses clubes, os
porteños aparecem para dançar e se divertir até virar o dia. É muito lindo vê-los
dançar! Além disso, algumas noites tem show de música. Nós vimos o grupo Otros
Aires, um tango eletrônico à moda de Gotan Project. Fomos no La Viruta mas
existem dezenas de espaços milongueiros, é só pesquisar na net.
Ainda sobre a noite
porteña, a Calle Baez, localizada no bairro Cañitas tem um bar encostado no
outro. Essa região é a certa para quem quer badalar.
Restaurantes bons em
Buenos Aires não faltam. Estamos numa cidade cosmopolita onde uma parrila é tão
boa quanto sushis, massas, comida árabe e vegetariana. Tem para todos os gostos
e bolsos. Geralmente, come-se muito bem com bem menos, comparado com o Brasil.
Aproveite essa festa gastronômica e organize algumas experiências em
restaurantes. Indicamos fervorosamente um restaurante de bairro absolutamente
fora de roteiros turísiticos: Rio Alba, em Palermo (Cerviño x Fray Justo). Ojo
de Bife perfeito, ideal para dividir, porção de legumes grelhados e
crepe de Dulce de leche divina. Quer mais? Com vinho, menos de R$100 para o
casal.
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Ojo de bife |
Bom lembrar que os
horários dos porteños são diferentes: saem tarde para almoçar e jantar. Isso
significa restaurantes abertos a partir às 20 horas e movimento total umas dez
da noite. Ajuste-se se não quiser dar com a cara na porta!
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Carrinho de choripan |
Os cafés são uma instituição
na capital. Estão incrustados na vida dos argentinos como as padarias para os
paulistas. O comum é consumir a mesma coisa não importa a hora: facturas
(croissants), café com leite e um suco de laranja pequeno. Vimos algumas pessoas
comendo esse café da manhã inclusive durante a noite. Rapidamente nos
integramos a esse saudável hábito. Recomendamos o Café Martinez (rede), o
Ibérico (ótimo chocolate quente com churros) e o La Puerto Rico, esse último em
San Telmo e detentor do posto de melhor espresso de Buenos Aires no padrão
Anima de qualidade. Não tenha pressa, peça o jornal da cafeteria (eles sempre
tem um monte de jornais e revistas) ou participe de alguma conversa com os
frequentadores.
Uma comida de rua
imperdível é o choripan. Nada mais é que linguiça (chorizo) no pão. Simples e
matador de fome, os carrinhos se espalham pela cidade. Provamos nosso primeiro
em Mendoza e aqui repetimos a dose!
Não perca a
oportunidade de tomar um bom sorvete. A Freddo é uma sorveteria semi artesanal
que está em todo o canto. É boa e tem umas promoções de um quarto de litro
tentadoras. Preste atenção aos cartazes. Outras duas excelentes são a Una Altra
Volta e Persicco, essas artesanais. Nós acostumamos a pedir sempre um quarto. Vale
mais a pena e podemos escolher até três sabores.
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Delicioso |
Pronto, vamos parar de
falar em comida. Vamos para o tópico compras. A Argentina está numa situação
complicada política e economicamente. O câmbio “azul” está valendo bem mais que
o oficial e isso está causando uma confusão danada na economia. Já foi muito
barato para fazer compras. Agora, continua sendo porque tudo no Brasil é muito
caro mas deixou de ser o motivo principal de uma viagem a Buenos Aires. Para
quem não consegue sair sem uma sacolinha na mão, a Córdoba continua sendo o
paraíso de outlets. Levi’s, Cacharel e outras famosas dão as caras com bons
preços. O garimpo é fundamental, sempre!
A Galeria Pacífico tem
as lojas mais chiques e os preços mais caros mas é um ótimo passeio. Além
disso, conta com ótimos banheiros gratuitos e para quem está dando aquele role
pela Calle Florida e ficou apertado, é só entrar na Pacífico.
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Galeria Pacífico |
Dessa vez, fizemos
apenas dois museus, o Malba e o Belas Artes. O Malba tem um acervo maravilhoso da
arte na América Latina. É lá que vive o Abaporu da Tarsila do Amaral, a obra
mais emblemática do modernismo brasileiro. Também conta com obras de Di Cavalcanti,
Diego Rivera e Frida Kahlo. O dia mais barato para visitá-lo é as quartas feiras.
Professores têm desconto apresentando identificação.
O Belas Artes pareceu
mais sombrio dessa vez. Escuro e com reflexos de luz em alguns quadros, ainda
conta com um acervo interessante. Destaque para as exposições temporárias, em
outra sala anexa. Na época da visita estava uma sobre papéis. O Belas Artes é
gratuito.
Outro passeio cultural
que pode envolver boas compras é a livraria El Ateneo. Usando o espaço de um
teatro antigo, é um luxo! Passamos um par de horas lendo alguns livros nas
cadeiras espalhadas pela livraria. Dentro ele ainda tem um café. Fica na Santa
Fé, pertinho da Recoleta.
A Recoleta por sinal
continua muito bem obrigada, com ruas agradabilíssimas para um passeio a pé.
Além do famoso cemitério e a Igreja del Pilar, conta com lojas de roupas de
alta costura. Bom para olhar.
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Recoleta |
Os argentinos possuem
bastante habilidade manual e criatividade para realizar trabalhos artísticos.
Na feira que rola em San Telmo aos domingos você encontra de tudo: antiguidades
e lindos artesanatos. Essa feira se estende por várias quadras. Uma dica é
descer em San Telmo e depois seguir caminhando até a Plaza de Mayo.
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Feirinha de San Telmo |
Por sinal, prepare-se
para andar, andar e andar. Buenos Aires é boa de conhecer caminhando. Só assim
é possível apreciar a arquitetura e entrar no dia a dia dessa grande cidade. Um
bom par de tênis é o ideal para isso, deixe o saltinho para o tango da noite...
Se essa caminhada toda
não te satisfez, Palermo conta com parques para todos os gostos. Quem correr? Vai
lá. Quer alugar uma bike, skate, patins e qualquer outra coisa com rodinhas? Vá
para lá. Alimentar patinhos? Lá também. Jardim japonês ou roseiral? É lá, é lá!
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Passeador de cachorros, profissão comum em Bs As |
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Evita |
E como se locomover em
Buenos Aires? Transporte coletivo é a melhor e mais barata forma. Só tem um
detalhe: ônibus não aceitam notas, apenas moedinhas. O ideal mesmo é comprar um
cartão porque a passagem fica bem mais barata do que pagando com moedas. E é
super fácil para recarregar. Esse cartão é integrado ao metrô, pode usar tanto
um quanto o outro que não tem erro. Para saber qual ônibus pegar, existe o guia
T, vendido em bancas de jornal mas dessa vez preferimos usar a internet e
pesquisar com antecedência quais linhas pegar. Veja aqui nesse site.
O taxi também é barato
mas fique de olho no troco, se não vem alguma nota falsa. Alguns turistas reclamaram
de lhes passarem notas falsas no táxi. Na verdade, é bom ficar esperto sempre.
Aproveite essa linda
cidade! E saiba que apesar de toda arrogância de nossos hermanitos, existe um
povo simpático e acolhedor, que gosta de conversar, de ajudar, de te dar
informação errada e de te provocar. O mais perto do Brasil que pudemos
encontrar em nossas andanças pela América! Nos sentíamos praticamente em casa.