sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Cotidiano: La Casa Rodante

Pois então, eu não sei qual a reação de vocês ao virem um carro enorme todo adesivado com mapas circulando na sua cidade. Se você vive numa cidade grande e com muito trânsito, talvez nem perceba que ao seu lado viajantes continentais também dividem o mesmo stress. Com a grande diferença que os viajantes estarão de olhos bem abertos, tentando absorver tudo que aquela nova cidade de pedra representa, comparando com o que conhece e torcendo para escapar logo de todo esse cinza e cair numa cidade pequenina, tranquila e bucólica.
Porém, se você vive nessa cidade pequenina, tranquila e bucólica e o mesmo carro chega e dá apenas uma volta na praça principal, você não só perceberá aquele carro enorme como ficará curioso em saber o que aquelas pessoas estão fazendo na sua cidade.
Foi assim que aconteceu em Barichara, Colômbia. Cidade fotogênica, quase 10.000 habitantes. Chegamos no primeiro dia do Festival de Música.
No meio daquelas centenas de casinhas coloniais cuidadosamente preservadas que conhecemos o Juan, na casa de seus 9 anos.

"Essa é uma casa rodante"
Sim
"Vocês viajam com a casa rodante?"
Sim
"E vocês foram até onde com ela?"
Até o Alasca
"Alasca!!! Com a casa rodante?"
Sim!
Olhos - e dedos- de curiosidade
E nesse momento, com essas pouquissimas trocas de palavra, o que estamos fazendo de repente ficou mágico de novo. E mostramos o mapa, de onde saimos, por onde fomos. As bandeiras dos paises que já passamos.
"Eu nunca tinha visto uma casa rodante."
Venha olhar dentro
"Uau, para que serve isso? E isso?"
- curiosidade sem fim -
"E por que está escrito assim www.projetoanima.com? Por que .com"
Para ler nossas coisas na internet.
"Você escreve em inglês?"
Não, em português. Tem algumas coisas em inglês. Não posso escrever em espanhol porque não sei.
"Ahhh, olha eu te ensino!"
Impagável! Barichara, a casa rodante, o Juan. Tudo!
Só que a casa rodante não fica parada. A casa rodante precisa rodar. No mesmo dia, partimos para San Gil. Mas as histórias, essas já foram pro arquivo da memória.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Costa Rica Pura Vida


Existe um burburinho muito grande relacionado a Costa Rica. Que eles concentram 5% de toda a biodiversidade da terra, que 25% do seu território são áreas protegidas e por ai vai. Na verdade, estávamos com os dois pés atrás com a Costa Rica. Lembrávamos muito daqueles inúmeros programas de “aventura” que passam nas TVs a cabo sobre esse lugar com muita natureza, muito sapo e muita segurança – segurança nas ruas e nas tais atividades de aventura, como por exemplo tirolesa. E esses programas são feitos por gringos e para gringos. Que gostam de controlar tudo e que pagam muito por tudo.

Playa Carrilo

Para quem nasceu e viveu no Brasil, floresta tropical é o jardim de casa e sapo é um bicho nojento. Mesmo assim, a Costa Rica tem suas surpresas e é um país que vale a pena ser conhecido e explorado.
Prá começar, foi na Costa Rica que conseguimos voltar a acampar, simplesmente porque existiam campings. Realmente, a sensação de segurança nesse país é bem maior. Aquele monte de policiais armados que víamos desde o México sumiram. E isso foi muito bom.

Camping na praia - vista da varanda do jumbo

Tem muita natureza, é muito verde para todos os lados. O país é pequeno, tem dois oceanos, uma cadeia de montanhas que atingem mais de 3.300 metros e vulcões. Com esses diferentes ecossistemas, obviamente a diversidade de fauna e flora é grande. Mas diminua suas expectativas quanto a ver animais na natureza. Não é tão fácil quanto parece e lendo melhor guias de viagem ninguém garante que você vai vê-los. A mata é densa, tem muita neblina nos lugares mais altos e chove bastante.

Passarinho azul

O que encheu nossos olhos foram os vulcões. A Costa Rica tem vários vulcões, cada um com seu correpondente Parque Nacional. É lindo vê-los, principalmente ao longe, na silhueta da paisagem. O que mais gostamos foi o Arenal. Ele tem a forma cônica e é muito alto. O que aconteceu é que pegamos um mau tempo danado e sempre o vimos com uma nuvenzinha no topo. Mas ele é lindo e enigmático. Fomos na expectativa de ver a lava escorrendo a noite. Qual nada. Desde 2010 o vulcão está dormindo o sono dos justos e deixou essa história de lava para os sortudos que o visitaram antes. Uma pena.

Vulcão Arenal

No rio termal
Outra coisa que prá gente foi muito show foi o tomar banho em rio de água termal. Nunca tinha posto os pezinhos num rio quente, cuja água é aquecida por vulcão. Existem muitos lugares na rodovia 142 que possuem essas águas termais (hot springs). Nos indicaram um local para aproveitar o rio quente de graça, numa entrada próxima ao Tabacon. Estava cheio de gente, todo mundo querendo virar batata cozinha. E a água estava quente, bem quente. O Mauro estava morrendo de calor, mas eu aproveitei e relaxei a beça. Não esqueça de observar bem a mata. Vimos vários beija-flores diferentes. Fique de olho!


Essas montanhas de mais de 3000 metros de altura também são curiosas. A Pan Americana passa por elas logo após San Jose, não tem como fugir. O percurso fica lento, afinal muitas curvas e um tremendo sobe e desce. Acostumados no Brasil “planinho” cujo pico mais alto tem 2994 metros é uma tremenda diferença. Apesar da floresta tropical, a temperatura é fria. Com a chuva que estava, chegamos a pegar 8 graus. Mas com uma porção de aves tropicais, entre elas o famoso quetzal que infelizmente não vimos.
As praias do pacífico também foram show de bola. Coqueiros sem fim enfeitam a costa, mar verdinho e algumas ondas. Ok, nas praias que visitamos eram poucas as ondas por isso mesmo ideal para aprender a surfar. E isso é possível pois várias escolinhas de surf te ensinam. Ficamos um tempão vendo as pessoas aprendendo a pegar onda. E rindo bastante. Até deu vontade de cair na água com uma prancha. Mas deixo a vontade para Santos, quem sabe algum sobrinho não queira me acompanhar?

Uma aluna tentando carregar a prancha
Agora tirolesa, rafting, boiacross, ver sapos, pererecas, orquídeas em cativeiro, isso não fizemos. Aproveitamos uma Costa Rica econômica e gostamos bastante.

Curiosidades:
- na estrada, passamos por um monte de plantação de algo espetado que demoramos para sacar o que era: pé de abacaxi. Milhares! Nunca vimos tanto e não tínhamos ideia que eles nasciam assim, tudo grudadinho uns nos outros. Bonito de ver, bom de comer!
Quem acha mais abacaxis?


- vimos poucas manifestações culturais autênticas na Costa Rica.Foi o país até o momento com maior influência dos Estados Unidos.
- o mote do país é "Costa Rica Pura Vida". Em tudo que é lugar se lê essa expressão
- os nativos de Costa Rica se auto denominam "ticos"e "ticas".
- o animal que mais vimos foram cachorros. Principalmente na praia. Na verdade, nunca vimos tantos cachorros em praia na nossa vida e apesar de serem fofos, cachorro correndo na praia lembra bicho geográfico. A maioria dos cachorros estava acompanhada por seus donos estrangeiros que com certeza absoluta em seus países são proibidos de passear com seu cãozinho pela areia. Mas sabe como é, no quintal do vizinho não tem problema.
- foi uma das fronteiras mais chatas por causa do vai e vem. Segue o processo:
Para pessoas: apenas o passaporte válido. O problema foi  fila, chegamos no meio da manhã e vários ônibus chegaram ao mesmo tempo causando uma espera de 1 hora e meia.
Para o carro: a primeira coisa é fazer o seguro, obrigatório. O lugar do seguro é num prédio afastado da imigração. Pagamos o valor de U$17 por 90 dias de vigência. De posse do seguro, você volta para uma casinha que fica em frente a imigração. Nesse momento, eles te entregam um formulário para ser preenchido a mão. Eles olham esse documento preenchido, anexam as cópias dos documentos (providencie cópias do passaporte, visto de entrada na CR, documento do carro e CNH). Depois dos documentos anexados, um funcionário irá verificar a placa e o chassi do carro e fazer uma vistoria. Depois disso, você volta para a aduana do seguro e entrega toda a documentação. Nesse local farão o documento de importação temporária.

Praia de Samara

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Nicarágua


Nicarágua é o país dos vulcões. Uma montanha que olha no horizante, é vulcão. Lago, cratera de vulcão. Vulcões por todos os lados!
Vista da torre da igreja - vulcão Mombacho
Cruzamos rápido esse país. Na verdade, não gostamos de algumas coisas. A primeira foi que fomos parados logo após a fronteira por um policial que pediu para tirarmos tudo dentro do carro para vistoriar e começou a mexer nas nossas coisas, abrir caixas. Deu a maior confusão, o Mauro cresceu, falou que queria falar com o chefe dele e o escambau. Não estamos escondendo nada mas tirar tudo do carro para um policial é desnecessário principalmente porque tínhamos acabado de passar pela alfândega e as autoridades competentes já haviam vistoriado o carro. Além disso, nunca ninguém abriu nossas caixas. Sempre pedem para nós fazermos. Enfim, depois de muito bate boca e 40 minutos de tira e põe, o guarda nos deixou ir.
Também tem outro probleminha: a moeda deles é córdoba mas os preços de tudo está em dólar. Na hora de pagar, eles fazem uma conversão sempre ruim pro cliente.
Ficamos três noites em Granada, mais uma cidade colonial preservada e bonitinha com praça, charretes e etc. Da cidade, o vulcão Mombacho toma conta do horizonte da cidade. Um dos melhores lugares para se ver a linda vista é do alto da torre da Igreja la Merced.

Torre da igreja
Se você gosta de charutos não perca a fábrica Doña Elba. Os funcionários explicam todo o processo, contam qual a mescla que usam e você pode ver eles trabalhando. O tour é gratuito mas é difícil sair sem comprar um charuto. Nem faça isso, foram os melhores que experimentamos na América Central.

Trabalho artesanal


Dona Elba
O funcionários foram muito simpáticos e ficamos conversando com eles um tempão, principalmente sobre comidas típicas. Nisso, conhecemos a chicha, uma bebida doce feita de milho fervido. Muito peculiar, provamos uma na Chicheria Paris, perto da Dona Elba.
Prove também o famoso vigorón. Esse você encontra em qualquer quiosque da praça e consiste em mandioca cozinha com torresmo (o célebre chicharron). Nada de outro mundo. Já o queijo com banana frito é gostoso.

Chicha de milho
Próximo a Granada, está a Laguna de Apoyo. Acampamos uma noite na beira da lagoa. Nela você pode nadar ou passear de caiaque. Tem pessoas que mergulham, a água é muito clara e sim, é uma cratera de vulcão.

Caiaques
Não perca a vista do Mirante da Laguna de Apoyo, localizado na cidade de Catarina. Do alto, além da lagoa você consegue avistar o lago Nicarágua e o vulcão Mombacho. Imperdível!

Mirante em Catarina - Laguna de Apoyo

Não fomos mas se tiver mais tempo que nós, passe uns dias na Ilha de Ometepe. Avistamos ela da estrada e é um lugar muito interessante, dois vulcões que criaram uma ilha com a lava que expeliram.



Os cavalos com mortalha levam os caixões para missa








quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

As estelas de Copán

Chegamos a Honduras pela  fronteira ao lado da cidade de Copan Ruínas. Cheios de apreensão, acabou sendo uma das fronteiras mais tranquilas que enfrentamos até o momento, tanto para o carro quanto para nós.

Cabeça da serpente emplumada: resquicios de cor
A cidade de Copan Ruínas é pequena mas muito simpática. Tem tudo o que os turistas precisam: banco, restaurantes e hotéis. Acabamos ficando mais tempo do que planejado porque as ruínas estavam fechadas por greve. Ainda bem que isso durou apenas dois dias e pudemos visitar esse sítio arqueológico maravilhoso.

Em greve. Parque fechado por dois dias
Copán foi uma das melhores ruínas pré colombianas que fizemos. Logo na entrada um bando de araras vermelhas recepcionou os visitantes. É muito bonito ver as árvores adornadas com esses verdadeiros "brincos" vermelhos barulhentos. Aves como papagaios, araras e o famosíssimo quetzal (esse não vimos) são animais importantes para os pré colombianos e estão retratados em muitas gravuras e esculturas.

Araras vermelhas, uma recepção barulhenta

Na praça principal, a Gran Plaza, Copán já dá seu recado: estelas espalhadas contam os feitos de seus governantes em grandes blocos e pedras. Esses monolitos são geralmente esculpidos nas quatro faces, uma delas com a figura do governante e as outras três, com a história dele. A frente de algumas, está posicionado um pequeno altar para colocar oferendas. Impressionante!

Estelas na Gran Plaza
Outra grande atração de Copán é a escadaria dos hieroglifos. Em cada um dos 62 degraus, hieroglifos contam a história de seus governantes. Com 2200 glifos, a escadaria é o mais longo texto maia conhecido.
A Praça do Jaguar conta com a entrada para dois túneis que passam por dentro de algumas construções. Achamos que não valia o custo-benefício e não fizemos os túneis. Mas na praça, umas gravuras de jaguares esculpidas pareciam dançar rap.

Jaguar
Um dos mais famosos monumentos de Copán é o Altar Q. Dedicado ao rei Iax Pasaj Chan Yopaat tem esculpido em suas laterais a figura dos doze primeiros reis de Copan sentados sobre o glifo de seus nomes. Uma cópia fica exposta junto as ruínas. Mas no museu do sítio, você pode ver a original como inumeras outras peças desse habilidoso povo maia.

Literalmente, passando o bastão para o próximo governante
No museu você também encontrará uma réplica em tamanho real do Templo de Rosalila. Todo coberto com estuco vermelho, esse templo se encontra no interior do Templo XVI. Lembre-se que os pré colombianos costumavam contruir um templo sobre o outro. Na verdade, era uma obrigacão de cada governante construir dessa forma para aumentar o valor perante os deuses. Um dos melhores lugares para compreender essa construção em camadas é no Templo Mayor, na Cidade do México. O que chama a atenção no caso da Rosalila é que tomaram muito cuidado para preservá-la. Um dos tuneis que mencionamos acima passa por um pequeno trecho desse templo.

Réplica do Templo de Rosalila
Copán é um sítio de valor inigualável. Para quem pretende conhecer a história desses povos que habitaram a América antes da chegada dos espanhóis, é imperdível.
Notas:
- na bilheteria, a venda das atrações não é casada como no México. Você opta por comprar a entrada para as ruínas, o museu e os tuneis separadamente.
Estela original
- dá para chegar as ruínas caminhando cerca de 1 km a partir da praça da cidade. Para quem vai de carro, o estacionamento é gratuito.
- todas as estelas e outros monumentos que não são originais estão sinalizados. No museu você encontra os originais.
- as ruínas possuem um campo de pelotas adornado com cabeças de papagaios. No museu está a melhor explicação sobre os campos de pelotas que lemos.
- se ainda não se convenceu, vamos ser mais enfáticos: não perca o museu. Ele está bem organizado e tem a vantagem de ter muita informação já que muitos glifos de Copán já foram decifrados e são os melhores contadores de história desse povo.
- as esculturas e gravuras esculpidas tem uma qualidade estética e detalhes de cair o queixo. Não perca a escultura dos velhos, observe como quiseram retratar a expressão senil. Os jaguares, os papagaios, todos os glifos... O sítio é maravilhoso e rico em detalhes. Aproveite!















Glifos das costas de uma estela

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

No fundo do mar..



Foto cortesia Jamie/ BYCD
Foi em Honduras que fizemos nosso curso de mergulho, Open Water Diver. Isso significa que estamos certificados para realizar mergulho com cilindro até 18 metros de profundidade.
Há muito tempo atrás, pensamos em fazer esse curso em Santos, mas desistimos depois de nos informar sobre os preços. Se você também quer fazer esse curso e terá a oportunidade de ir para Honduras, espere e faça lá. Você não vai se arrepender.
Escolhemos a ilha de Utila para fazer o curso. Utila é uma das Ilhas da Baia, ou Bay Islands como são mais conhecidas. É uma ilha pequena no caribe, com águas muito claras e calmas e muita fauna marinha. Famosa por ter como principal visitante o tubarão baleia, tem vários pontos para mergulhar. É um paraíso para mergulhadores!

Mas ficamos decepcionados com a ilha em si. Esperávamos que fosse algo parecido com Caye Caulker, em Belize mas não teve nada a ver. Tem poucas opções de restaurante, todos oferecendo muito frango ao invés de deliciosos peixes e frutos do mar e a ilha tem um trânsito meio amalucado de motos dirigidas por locais numas ruas muito estreitas. Para piorar, choveu muito a semana que passamos lá e estava com uma quantidade astronômica de mosquitos e sand flies (tipo de um pólvora com mais apetite). Ou seja, a primeira recomendação é: leve e passe muito repelente, principalmente ao entardecer.
Por do sol em Utila
Mas Utila cumpriu com louvor seu objetivo que era o curso de mergulho em si. A ilha tem uma infinidade de escolas de mergulho. Todas as que visitamos eram certificadas pelo PADI. Elas oferecem praticamente o mesmo pelo mesmo preço.  Vou explicar detalhadamente o que está incluído porque nós tínhamos dúvidas nas pesquisas que fizemos na internet. O “pacote”consiste em:

Primeiras aulas em espaço confinado: piscina ou mar raso
- curso teórico, com vídeos, exercícios, provinhas escritas.
- parte prática: dois mergulhos em piscina ou espaço confinado no mar onde você vai realizar as habilidades ensinadas no vídeo. Tirar e colocar a máscara, flutuar, simular falta de ar são algumas habilidades que você terá que aprender.
- quatro mergulhos em mar aberto, dois até 12 metros e dois até 18 metros onde além de ver peixes, você terá que repetir todas as habilidades ensinadas e praticadas no confinamento.
- dois mergulhos para se divertir (fun dive), sem realizar skills, apenas aproveitando as belezas do mar
- quatro noites de hospedagem. As hospedagens variam um pouco. Nós ficamos num apartamento com ventilador, banho quente e cozinha na própria escola. Recomendamos pois com chuva, é horrível ter que se deslocar para ir para escola de manhã cedo, principalmente tendo que se encontrar as 7 da manhã durante os quatro dias...
- o material (que pode ser impresso ou digital), um caderninho para anotar as informações sobre seus mergulhos, uma camiseta e a carteirinha que será enviada para sua casa.
- todo o equipamento está incluído: máscara, snorkel, bcd (colete responsável pela flutuação onde todo o equipamento é preso), reguladores, tanques de oxigênio, cinto com pesos, nadadeiras e roupa de neoprene.
Aulas de habilidades, chatas, mas super importantes.
Vou ser sincera: a primeira parte do curso, teoria: assistir a uns vídeos e algumas provas escritas, é muito chata. Fazer as habilidades (skills) é chato também pois você tem que nadar sem máscara e fazer outras coisas muito desconfortáveis várias vezes. E o curso será todo em inglês, é importante ter um conhecimento da língua.
Mas mergulhar é uma das experiências mais intensas que você pode fazer na sua vida. Os movimentos parecem os de um astronauta, lentos. A gravidade muda, você pode mergulhar de ponta cabeça, de barriga prá baixo, não importa! A velocidade do som é mais rápida.
Mergulhar é entrar num outro mundo, cheio de animais e plantas esquisitos e diferentes. É participar de algo que continua sendo um mistério para quem vê o mar na superfície. Tudo muda depois de colocada uma máscara no rosto.
Para nós, tudo mudou apenas com um óculos de natação mesmo, o “equipamento “que usamos na Venezuela para ver peixes em Morrocoy. Em Belize, já estávamos mais equipados, com máscara e snorkel, até um pé de pato meio mequetrefe. Dai para o mergulho com cilindro foi um pulo.
Tem riscos? Claro, um monte! Por isso a parte chata é tão importante. Você tem que aprender como resolver pequenos problemas dentro da água, como pedir ajuda e como ajudar os outros. Mas é um esporte seguro. O mais importante é respirar sempre já que o maior risco são com os pulmões.

Eu tive várias nóias do tipo: 18 metros de mar sobre meu corpo equivalem a mais de duas atmosferas me esmagando; esse ambiente não é o natural para seres humanos afinal de contas, não somos peixes; tive vários problemas para tirar água de dentro da minha máscara. Vários mesmo, que aqui entra a dica mais importante desse post, principalmente para gente preocupada como eu.
A escola que você escolhe deve ser muito boa. Como disse no começo, fomos a algumas escolas antes de optar pela Bay Island College of Diving. Foi uma das melhores escolhas da nossa viagem.
O equipamento deles havia sido trocado há poucos meses e estava super novo, as instalações são boas e os barcos são ótimos, com motor potente e muito espaço.

Mas o melhor são os profissionais. Todos foram demais com a gente. Caso nosso tanque estivesse com problema, davam na hora outro tanque para você. O tamanho da roupa está pequeno, temos outras, pode trocar. O respirador não está funcionando bem, troca. A mensagem é: estamos preocupados com você e temos estrutura para te deixar sempre seguro.
Heather, Jamie e Marina
O destaque fica por conta da nossa instrutora Heather. Estadunidense, jovem e muito, muito eficaz ela era confiante e me deixou muito tranquila. Precisei ter uma aula extra na piscina por causa da máscara e de algumas outras habilidades e lá estava ela, pronta para revisar, mesmo depois de dois mergulhos... Recomendo ardorosamente seu trabalho. Faria novamente o curso nessa escola sem nenhuma dúvida.
Mergulhar é mágico. A primeira vez que mergulhei, só pensava “o que estou fazendo aqui?”. Mas assim que começamos a passear e ver todos aqueles animais, mudei. Só pensava “Por que demorei tanto tempo para fazer isso?”
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