quinta-feira, 31 de maio de 2012

Alaska Highway

A Alaska Highway é a estrada faz a ligação por terra entre o Alasca e o resto do continente. Foi construída em 1942 e antes dela, somente por ar ou mar era possível chegar nas terras geladas do norte. Após os ataques em Pearl Harbor, os Estados Unidos acharam que o Alasca estava muito vulnerável a uma invasão por terra pelos japoneses e decidiram construir a estrada, como forma de proteger seu território. Tiveram pressa: em apenas oito meses, a estrada foi construída, mesmo com seus trabalhadores enfrentando o frio, a tundra, os mosquitos e o isolamento para tal empreendimento. Sorte os Estados Unidos terem uma relação cordial com o Canadá, que autorizou a construção da maioria dessa estrada em seu território.

A estrada em si já é é uma atração. Não apenas para nós brasileiros que saimos de casa com o carro e chegamos até aqui mas também para centenas de estadunidenses e canadenses que invadem essa estrada com seus trailers, motorhomes e motos, muitos carregando seu barco, sua varinha de pesca e quando inverno, seu snowmobile. No caminho, lagos, montanhas, rios fazem a festa dos viajantes.


A partir de meados de maio, todos os campings e atrações estão abertas, a espera dos turistas. Nossa experiência foi diferente, quase tudo estava era fechado. Mas mesmo assim, gostamos muito de percorrer esses 2.451 km de Dawson Creek/Canadá até Fairbanks/EUA. Abaixo, as principais cidades e alguns dos programas que mais gostamos:
Dawson Creek : O grande chamativo de Dawson Creek é ser o quilômetro 0, ou melhor, milha 0, da Alaska Highway.

Trecho de estrada entre Fort Nelson e o Liard River: vimos muitos animais em estradas do Alasca. Mas esse trecho é privilegiado. Vimos ursos pretos, bisões, carneiros, mooses, caribus, veados, coelhos e até lobo. Ande com a câmera preparada!

Muncho Lake: a estrada circunda o lago cor de jade. As paisagens são incríveis!
Watson Lake: fica em Yukon, no Canadá. Nessa cidade fica a Floresta das Placas, um lugar onde os viajantes prendem em alguns postes uma placa resumindo sua jornada. Hoje, a floresta conta com mais de 60.000 placas, de viajantes do mundo todo.

Whitehorse: é a capital de Yukon. É uma cidade agradável, com ciclovias e espaços para caminhadas. A cidade é bonita, mas quase passamos fome por lá, pois apesar de termos chegado num domingo, todos os restaurantes estavam fechados por não ser temporada.
Haines Junction: nesse trecho, a estrada beira o Kluane National Park, suas montanhas e lagos de espelho. Nesse parque nacional fica o Mount Logan, o pico mais alto do Canadá. Prepare-se para tirar muitas fotos!
Tok: a grande atração é ser a primeira cidade do Alasca com infraestrutura para o turista.
Fairbanks: final da Alaska Highway. Cidade com muitos atrativos, como podem ver nesse post.. Além disso, dela é possível ir conhecer as cidades do sul do Alasca (como Anchorage) e ir até o norte, pela Dalton Highway e cruzar o círculo polar ártico.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Fairbanks e Anchorage

Apesar do Alasca ser maior que a região sul e sudeste do Brasil juntas e ser o maior estado dos Estados Unidos, sua população é pequena 722.000 habitantes. A capital é Juneau, cujo acesso somente por barco ou avião. As cidaes mais populosas são Anchorage e Fairbanks. E são delas que vamos falar.
Anchorage, a maior cidade do Alaska, possui 296.000 habitantes e tudo que uma cidade grande possui: bons restaurantes, bons hotéis, franquias de alimentação, livraria, bancos, supermercados e shopping. Apesar de todas as facilidades, a cidade é bonita, cercada por montanhas nevadas e próxima a muitos pontos interessantes e selvagens como vários pontos para se avistar belugas no Turnagain Arm.

É uma cidade amiga do ciclista, com mais de 250 km de ciclovias pavimentadas. Possui muitas atrações como o Anchorage Museum of History and Art e o Alaska Native Heritage Center mas o que fomos visitar foi o ótimo Alaska Zoo. Esse zoológico é especializado nos animais que vivem no norte como as três espécies de urso: polar, grizzly e preto, as grandes atrações. Também conta com lince, raposa do ártico, lobos, volverines, lontra de rio, foca, musk oxen, corujas, gout mountain e dall sheep entre outros. As placas informativas são bem instrutivas e passamos um bom momento vendo os animais que não pudemos ver na natureza e tantos outros que cruzaram nosso caminho, observando de pertinho os detalhes.


Fairbanks é bem menor, com 97.600 habitantes mas também com muitas facilidades. Tem um ótimo Centro de Visitantes, o Morris Thompson Cultural and Visitors Center (101 Dunkel Street, downtown) com uma exposição que apresenta informações gerais sobre o povo do Norte, como a exploração do ouro, auroras boreais e hábitos.
Visitamos e recomendamos Museum of the North, com um acervo interessantíssimo. A vida do povo do norte, representada pelos artefatos que eles construiam e ainda constroem utilizando apenas os recursos disponíveis onde vivem. Ou seja, todas as partes dos animais como pele, tendão, órgãos, marfim. E de nenhuma forma sentimos pena ou dó desses animais, e sim ficamos admirados em como os esquimós são ninja ao conseguir enfrentar as dificuldades impostas pelo meio com tanta criatividade. Eles usam os animais para sobrevivência, assim como nós usamos os animais, mas não temos conhecimento disso. Essa forma de vida tão ligada a natureza da de 10 nos índios das regiões tropicais, cercados por plantas e vivendo num clima ameno. 

Além disso, Fairbanks é conhecida por ser uma cidade com alta incidência de auroras boreais. A primeira aurora que vimos foi perto de lá, na estrada. As auroras boreais são as luzes coloridas no céu, que parecem dançar, de um lado para o outro, de cima para baixo. São um espetáculo vistas ao vivo. A dureza é esperar a madrugada, quando o céu fica mais escuro e portanto, as auroras mais visíveis. No inverno, é muito mais fácil vê-las, aparentemente mesmo da cidade onde tem bastante luz. Existem hotéis que tem o serviço de ligar e acordar os hóspedes interessados nesse tipo de experiência assim que as auroras surgem no céu. No nosso caso, que não era inverno, varamos a madrugada atrás delas. Lembrando que para nós turistas, a aurora é coisa de outro mundo. Mas para os locais, é bem comum avistá-las, como contei sobre o desenho da criançada nesse post. O carnaval que fizeram no Fantático, de ter que andar de trenó de cachorros é no mínimo um exagero... 

Nas imediações de Fairbanks, existe um local onde é possível chegar bem perto do oleoduto de 1500 quilômetros, que leva o petróleo de Prudhoe Bay, no Oceano Ártico até o porto de Valdez, no Pacífico. Uma fantástica obra de engenharia que vale a pena ser visitada. Fica na Steese Expressway, na milha 8, entre Fairbanks e Fox. Bons programas não faltam nessas duas grandes cidades! 


Outras dicas: 
- o Alaska é um verdadeiro paraíso gastronômico. Só de salmão selvagem, existem cinco tipos. Ainda tem o king crab, o halibut, o clam chowdner e as carnes de caça como moose e caribu. Fomos e indicamos o Sea Galley, em Anchorage, onde experimentamos o snow crab e o fish and chips de salmão, divinos. Mas onde mais almoçamos e jantamos foi no supermercado Fred Meyer. Eles tem um buffet de salada divino, além de comidas prontas e sopas que podem ser aquecidas no microondas. Além disso, vendem kits de sushis maravilhosos (o gosto do salmão selvagem é muito melhor do que o mole salmão que comemos no Brasil). Viramos fãs de carteirinha do Fred Meyer e fomos muitas vezes lá, que além de comida, tinha wi-fi gratuita. Aproveite e faça umas comprinhas no supermercado, não esquecendo de passar na parte de peixes enlatados (fish can). Compre o salmão e crab ralados, os clams e não perca o salmão defumado.


- somos apaixonados por livrarias e adoramos a Barnes and Nobles, a rede de livraria estadunidense. Mas a de Fairbanks é um charme. No meio dela, uma enorme lareira com vários sofás, onde você pode sentar, ler, tomar um café e ainda, navegar na internet. 
- não pagamos um centavo de imposto em cima de produtos para consumo. Zero. Mas prepare-se pois os preços são mais altos que no resto dos EUA. Tanto que foi no Alasca que mais ficamos em free campings! - o Alasca tem várias cervejas locais. Valem a pena ser experimentadas. Gostamos bastante da Alaskan Beer Amber, deliciosa. E sem imposto!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A costa do Alasca

Uma das maneiras de se conhecer o Alasca é num cruzeiro. Tem vários, partindo dos Estados Unidos ou mesmo do Canadá. Na verdade, muitas cidades do Alasca são acessíveis apenas por mar e ar. Portanto, é um jeito interessante de se conhecer essa região riquíssima em fauna marinha pois águas geladas são uma maravilha para o krill, a base de alimentação de muitos animais marinhos. Sendo assim, a costa do Alasca é o lugar certo para ver baleias, orcas, lontras, leões marinhos e golfinhos, todos atrás de comida. Além disso, o salmão habita essas águas e uma vez por ano sobe o rio para desovar, trazendo com ele milhares de ursos e águias famintas, todos doidos por um bom sushi. Lógico que tudo tem sua época, no inverno muitas baleias migram para águas mais quentes, ursos hibernam... portanto, é importante se informar sobre qual a melhor época para ver determinado bicho.

Cauda de jubarte, em Seward

Em Valdez, uma das cidades que visitamos na costa, a senhora que nos atendeu no centro de visitantes foi categórica: voltem em julho para ver os animais. Essa cidade tem como lema a seguinte frase: "Valdez, até a natureza tem seus preferidos". Com certeza, deve ser bem fácil de se avistar bichos em seu habitat. A cidade é pequena mas acolhedora. Com uma marina gigante, cheia de barcos de pesca que buscam principalmente o halibut, Valdez nos conquistou mesmo por causa das pessoas, extremamente simpáticas. Foi em Valdez nossa experiência na escola.

Marina em Valdez

Próximo a Valdez tem o Thompson Pass, uma área especial para esportes de neve como esqui, snowboard e snowmobile. O que vimos de rastros de esqui em suas montanhas foi além da conta! Nós fomos lá umas semanas após uma tremenda tempestade de neve que assolou a cidade. Pediram até ajuda da guarda nacional para retirar a neve dos telhados. Nos disseram que a quantidade de neve acumulada nesse ano chegou a 10 metros. Por isso, Valdez também seja o destino preferido dos esquiadores.

Sowmobile

Ski dog :)

Ainda na costa, visitamos mais duas cidades que ficam na península de Kenai: Seward e Homer. De Homer, nossa melhor recordação é de um mirante maravilhoso para a peninsula, podendo avistar até vulcões. Uma paisagem de tirar o fôlego!
Mirante

Mas a estrela da península é Seward. De seu porto partem passeios de meio dia ou dia inteiro pela baía. Fizemos o de meio dia e recomendamos! Avistamos baleias, lontras marinhas, leões marinhos, mountain goats e Boto de Dall. Contratamos a empresa Major Marine Tours no mesmo dia, no período da manhã já que em abril ainda não fzem passeios de dia inteiro. Bem que tentamos o acesso por carro até oParque Nacional Kenai Fjords, mas estava fechado. Nele é possível chegar pertinho do Glaciar Exit.
A fofa lontra marinha, muito simpática

Adoramos a costa do Alasca e mesmo nunca tendo feito nenhum cruzeiro, ficamos curiosos em descobrir essas belezas escondidas das estradas. Ah, e por falar em estradas tanto a Richardson Highway, que chega a Seward quanto a Sterling Highway, que chega a Homer e Seward são consideradas cênicas pelas paisagens deslumbrantes encontradas a cada curva, de onde é possível avistar alguns glaciares. Vá com tempo, pois a estrada em si já é uma atração, com vistas para glaciares e muito mais!

Vá com calma e muito espaço no cartão de memória da câmera!

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