quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Lava roupa todo dia, que agonia.


Duas frases saíram completamente do meu vocabulário nos últimos nove meses: não tenho roupa e com que roupa que eu vou. Morando num carro, em menos de 5 m², pouco espaço temos para roupas. Hoje percebemos que a roupa serve realmente para cobrir o corpo e principalmente, para se aquecer.
Portanto, temos pouquíssimo espaço para elas no Jumbo. Trouxemos de casa roupas de trekking, uma calça jeans para cada um, algumas camisetas de algodão ou dry fit, casacos fleece e impermeáveis, luvas, cachecóis, meias e segundas peles. Nosso maleiro é uma piada, perto do armário de Santos. E olha que o armário de casa nem é tão grande assim.
Sapato então...tenho uma bota de trekking, impermeável e por isso, maravilhosa, um tênis preto e um tênis para trekking que tá meio capenga e um chinelo. Duas sandálias que trouxe de casa, não aguentaram o tranco, quebraram e viraram lixo com menos de dois meses de viagem. Com poucas opções, as decisões ficam mais rápidas e simples: tá chovendo? Bota! Passear na cidade? Tênis! Andar pelo camping? Chinelo!


Hora de comprar outra.

Com tão poucas roupas, o negócio é lavá-las com frequência. No Brasil, a lavagem de roupas era complicada, no tanque dos campings mesmo. Lembro-me de ficar bem uma hora e meia lavando, torcendo e estendendo as roupas no varal (e torcendo para que não chovesse; e que ventasse muito, para poderem secar depressa). Também desenvolvi uma técnica para lavar roupa dentro do quarto de hotel. Mais que lavar, improvisar um varal é a parte mais animada. No Brasil, Venezuela e Colômbia, existem algumas lavanderias que funcionam a quilo, o que é mais vantajoso em termos de preço. Mas tem que procurar.

Saudades de uma máquina de lavar roupa...

O paraíso para a lavagem de roupas está aqui nos EUA. Os caras são práticos e em todas as cidades existe pelo menos uma laundromat, que são as lavanderias que funcionam com moedas de 25 centavos (os valiosos quarters). Compramos um sabão líquido em sachê (a última moda por aqui e extremamente prático para quem está viajando ou lava as roupas com frequência no laundromat) e em uma hora e meia, roupas lavadas e secas voltam ao maleiro. Às vezes, nem tempo para voltar para o maleiro tem, voltam é direto para o corpo! Esfregar? Tirar manchas? Que nada! Enfia tudo na máquina e esquece! Quarar no sol, não existe! O tempo é precioso, quanto menos tempo as roupas tomarem, mais tempo para fazer outra coisa. Agora, o tecido das malhas brasileiras não estão preparados para esse processo de lavagem e quando em vez, acontece de encolher ou manchar alguma peça. É o preço da facilidade.
Acho que o pesadelo será quando sairmos daqui. Voltar pro tanque, depois de ter experimentado o bem bom, não será fácil não!

O povo vê as pingas que eu tomo mas não vê os tombos que eu levo!

4 comentários:

  1. Meu Deus!! Adorei o desempenho com as roupas!!!

    ResponderExcluir
  2. Sinceramente, preferia ignorar essa minha habilidade! Bjos

    ResponderExcluir
  3. Essa frase é para repassar, rsrs: "O povo vê as pingas que eu tomo mas não vê os tombos que eu levo!"

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E não é isso mesmo? O pessoal pensa que é moleza tirar um monte de fotos bonitas, pensa que estamos no bem-bom mas não vê todos os perrengues por qual passamos!
      Um abraço!

      Excluir

Seu comentário será publicado após aprovação.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...