quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Salvador

                Salvador pode ser tudo, só não é insossa. Tem um astral e um tempero que só aqui. Tem beleza, nas águas verdes transparentes, nos coqueiros, na baia e nas baianas. Tem feiúra, nas suas inúmeras e imensas favelas. Sobra simpatia nos baianos e soteropolitanos. É picante, no seu acarajé. É fedida, nas ruas, praças e mangues. Caótica no trânsito, na organização da cidade. Plural, no sincretismo religioso. Coisas que só em Salvador para ver e viver.

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Elevador Lacerda

                Tem muita coisa prá fazer aqui. Começando pelo Pelourinho. Situado na cidade alta, o jeito mais fácil para se chegar é pelo Elevador Lacerda (R$ 0,15 o trecho, por pessoa). O assedio é muito grande e chega a incomodar o tanto de gente que pede ou oferece alguma coisa. Caso não queira ser assediado a todo momento, seja firme e diga “Quero não!”.  Caso sua intenção seja fazer o Pelourinho por conta própria, passe no centro de Informação ao Turista e pegue mapas gratuitos da cidade e da região (Rua das Laranjeiras, 02  telefone: (71) 3321-2133). A quantidade de ladeiras só perde para a quantidade de igrejas. Dizem que Salvador tem 365 igrejas. Não sei se é verdade mas que tem igrejas a cada esquina é fato. No Pelô, não perca a Igreja de São Francisco, em homenagem ao pobre de Deus, revestida com 1000 kg de folhas de ouro. É tanto ouro que ela cintila!Um pouco  contraditória quando lembramos um pouquinho da história de São Francisco, o santo de negou a riqueza e foi viver entre os pobres, mas linda mesmo assim.

Pelourinho


                Quer comprar artigos locais? No Mercado Modelo tem, descendo do Elevador Lacerda. Mas muito mais interessantes são a Feira de São Joaquim e a do Ceasinha do Rio Vermelho, esses sim, com artigos regionais. Por regionais entenda-se além das comidas diferentes, muita coisa para trabalhos de candomblé: vudus, enxofre, fumo, escargots, ervas  e temperos mil, galinha, pavão, cabra entre outros animais vivos e uma porção de coisas que não temos a menor idéia do que sejam e muito menos para que servem: você encontra no São Joaquim. Inclusive pedaços de boi – olhos, vísceras – haja estômago! Nossa intenção era comer alguma coisa por ali, mas passeando pelos seus corredores, a fome passou! Já o Ceasinha, além das bancas de flores,frutas, verduras, secos & molhados, tem vários botecos com petiscos e pratos, freqüentados pelos locais no final da tarde. Foi lá onde compramos farinha de tapioca para fazer bolinho de estudante, uma delícia que comemos por aqui.

Entrada da Feira de São Joaquim


Muitos temperos e ervas


Ug! Olhos de boi, nem imagino pra que, além de tirar o apetite


                Outro passeio imperdível é visitar a Igreja do Bonfim. Muito bonita, no alto de uma colina, nas suas escadarias milhares e milhares de fitinhas do Bonfim parecem fazer coreografias ao sabor do vento. Um espetáculo colorido e feliz. Dentro da Igreja, o salão de ex-votos recheados de fotos e peças de cera, que são trocados diariamente, tamanha a procura por agradecimentos as graças alcançadas.


                Um pôr do sol apreciado de um lugar lindo, sem pedintes e com estacionamento gratuito e interno, é no Solar do Unhão (av. do Contorno s/n), onde funciona o Museu de Arte Moderna. Ainda é possível caminhar pela área externa do museu, passeando pelo parque das esculturas e sentar para descansar, admirando a linda paisagem da Baia de Todos os Santos. Se quiser, é possível tomar um café na cafeteria local. Chegue cedo, para parar o carro com mais tranqüilidade.

Pôr-do-sol no Unhão


                Visitar a Bahia e não falar de comida, é impossível! Prove e aprove os seus deliciosos acarajés! Recheados com vatapá e camarão seco, uma passada de pimenta, vixe! É  bom demais! Você encontra em tudo que é lugar, a cada esquina uma baiana querendo te engordar. Experimente o da Cira (no Largo da Mariquita/Rio Vermelho ou em Itapuã na rua Aristides Milton). Crocante e sequinho, o senão é a longa fila. R$ 5,00, o com camarão.
                Para almoçar, o Paraíso Tropical (rua Edgar Loureiro, 98-B) fica num lugar fora do roteiro turístico, no feio bairro do Cabula. No próprio espaço do restaurante o dono cultiva seu rico pomar e utiliza as frutas nas suas releituras da culinária baiana. Deliciosa a Moqueca do Beto, de siri mole, siri catado, camarão e maturi. Lá você encontra também frozen de frutas, de sabor intenso. De cortesia, eles servem ao final uma cesta de frutas do quintal.
                Caso queira variar o cardápio, coma um  sushi no Soho da Bahia Marina que tem um visual incrível! Sua cozinha não é espetacular mas o restaurante é construído em cima das pedras, de onde quase podemos pegar nosso jantar. Fomos cedo e pegamos uma mesa privilegiada. Caso queira chegar mais tarde, melhor reservar (f: 3322-4554)

No Soho


                De resto, curta Salvador. Tente se acostumar com os buracos nas ruas, o jeito estranho dos baianos dirigirem e prove uma cocada de frente ao mar. A vida parece mais simples e bela.

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