domingo, 24 de fevereiro de 2013

Uma estrada perigosa

Todo cuidado é pouco

Como estava no nosso plano visitar as ruinas de Chachapoyas no Peru, resolvemos pegar a estrada mais curta entre Equador e este país. De onde saimos (Vilcabamba) o mais lógico e rápido é percorrer a estrada sentido Zumba e cruzar a fronteira em La Balsa. Como a infomação que tinhamos no Lonely Planet é que a condição da estrada varia de acordo com a época do ano, resolvemos nos infomar para saber se pegávamos essa pequena estrada ou dávamos a volta por Loja e cruzavamos pela Pan Americana. As duas fontes que tivemos (uma delas um funcionário do quiosque de informação turística) nos disseram que estavam arrumando um trecho e que isso fechava a estrada por algumas horas mas que apesar disso, a estrada era linda, valia a pena e que era melhor pegar essa estrada vicinal. Em nenhum momento, perquntaram que carro tinhamos.
Seguindo essa recomendação, acordamos cedo e seguimos adiante. Não recomendamos realizar esse trecho para nenhum viajante.A estrada está sendo construída, ou seja, passamos por trechos intransitáveis. Além disso, chuva e neblina complicaram muito mais essa delicada situação. Dividimos o espaço com tratores, caminhões de minério e retroescavadeiras gigantes. O Jumbo nunca pareceu tão pequeno. Carro pequeno, esquece. Nem pense em passar. Nós acabamos passando mas só Deus sabe a que custo (para o carro e para nós mesmos). Quase atolamos várias vezes sempre que passavamos pelos trabalhadores todos balançavam a cabeça querendo dizer: o que esses malucos estão fazendo aqui? No final percorremos de Vilcabamba até Jaen, nossa primeira cidade no Peru, 280 km em 12 horas. 
Barro, muito barro

Na fronteira, a saída do Equador foi tranquila. Apenas estampamos nosso passaporte e entregamos a importação temporária do carro. Do lado do Peru, o oficial da imigração estava em seu horário de almoço de 2 horas (isso não existe oficialmente) e tivemos que esperar o fim de sua siesta para ganhar nossas estampas. Com  o carro foi tranquila a emissão da importação temporária. O único grande porém foi que não conseguimos fazer o SOAT obrigatório e exigido pelas muitas paradas na estrada porque não tinha oficina na fronteira nem em San Ignacio, a cidade mais próxima. Rezamos e seguimos para Jaen, uma cidade maior onde depois de muito insistir conseguimos nosso seguro somente no dia seguinte, pagando mais que o dobro do que em outras fronteiras.

Super fronteira saindo de Zumba

Não gostamos de Jaen, uma cidade que parece incabada. Uma trânsito louco de tuc- tucs, gente e bichos. A alternativa foi se juntar a eles e pegamos um tuc-tuc para jantar num restaurante chinês ou Chifa, como chamam no Peru.

Tuc tucs

Chegando em Jaen, um fato marcou. Um policial nos parou e antes que pedisse o SOAT (que ainda não tinhamos), o Mauro perguntou se ele conhecia um hotel com garagem em Jaen para passarmos a noite. Não é que o policial nos escoltou até o hotel e esqueceu do SOAT? Uma graça esse policial, mereceu uma velinha acesa na próxima igreja.
Shoyo? Molho inglês? Não, café!
Além do seguro no dia seguinte, provamos o pior café do mundo. O jeito tradicional de tomar café no Peru é misturar um concentrado de café frio que fica na mesa (num primeiro momento achei que fosse shoyo) com água quente. E dá-lhe açúcar para esconder o sabor. Quando chegou na mesa a água quente, o Mauro chamou o garçom e perguntou: cadê o café? O garçom mostrou aquele concentrado que deve dormir nas mesas, dai entendemos o que ele queria dizer. Depois ele nos perguntou se tinhamos gostado, eu nem tive coragem de experimentar mas não tivemos coragem de dizer que aquilo era horroroso. Apenas explicamos que no Brasil era muito diferente o jeito de se preparar café e saimos sabendo o que não pedir.
Jaen valeu para uma coisa. Um senhor muito simpático nos disse para irmos para Chiclayo e visitar o museu do Senhor de Sipan. Nunca tinhamos ouvido falar mas seguimos sua recomendação e foi o melhor museu arqueológico que visitamos até o momento. 

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