A
serpenteante estrada entre San Cristobal e Palenque, é muito mais famosa pelos
seus perigos que por sua beleza. O estado de Chiapas, onde ficam as duas
cidades é a base dos Zapatistas, grupo paramilitar que luta pelos direitos
indígenas, que são 1/4 da população local. Esses caras não são de brincadeiras
e além de ocupação de cidades, conflitos armados com o exército mexicano, tem
vários relatos de violência e assaltos de turistas por zapatistas nessa região.
Mais frequentes são pedágios não oficiais cobrados na estrada.
A
alternativa a esse trecho de estrada é uma volta enorme de mais de 6 horas, com
várias serras (desnível de mais de 1500m). Mas nós fizemos como fazemos sempre:
conversamos com os locais e perguntamos sobre as condições das estradas e de
segurança. E também viajamos sempre de dia.
Todos a
quem perguntamos, seja informações turísticas, posto de gasolina, no camping ou
outros viajantes, nos disseram para seguir sem medo e foi o que fizemos. E foi
mesmo tranquilo, apesar das muitas lombadas (chamadas de topes por aqui),
advertência que já tínhamos recebido. É mesmo muita curva e lombada, mesmo pra
quem está acostumado com a Rio-Santos. Em 2 ou 3 pontos, havia uma
"barreira" que não era mais que um cordão com algumas bandeirinhas ou
pedaços de pano colorido de um lado a outro da etrada e com algumas crianças e
jovens segurando-a. Não sabemos se é isso que os gringos chamam de pedágio ou
barreira zapatista. Nós nem diminuímos a velocidade e a molecada simplesmente
abaixava a cordinha para passarmos. Ao invés de pedágio, preferimos ajudar o
pessoal comprando alguns produtos da beira da estrada: bananas, coco fresco com
limão e pimenta e castanhas cozidas.
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Grafites pró-zapatistas |
Chegando em
Palenque, não perca tempo na cidade, vá direto para a zona do parque arqueológico,
onde tem vários hotéis, pousadas e restaurantes. Mas atenção, antes da zona
arqueológica, você precisa entrar num parque nacional. Esse parque é pago
somente por turistas, os locais são isentos. Mas os guardas da portaria saem às
16:30 e após esse horário a entrada fica livre.
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Templo do Sol |
As ruínas
de Palenque foram as que mais gostamos no México. Pirâmides misteriosas
restauradas mas cercadas e ainda meio cobertas pela selva, lindas, super
propocionais e com uma energia super legal.
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Templo das Inscrições |
Infelizmente
os lugares mais legais estão fechados ao turismo: o Templo das Incrições e a
Cripta do Pakal. Mas mesmo assim achamos que valeu super a pena subir nas
pirâmides do Templo do Sol e do Templo da Cruz. Recomendamos também ir no ótimo
museu que tem logo depois da saída. Além de vários objetos de Palenque, todos
bem organizados e com as devidas explicações, eles tem também uma réplica do
sarcófago de Pakal.
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No lado esquerdo, exemplos da escrita maia |
Palenque
foi uma cidade maia, civilização pré-colombiana mais desenvolvida, com uma
escrita totalmente formada e grandes avanços em astronomia e em matemática.
Nesse campo aliás, vale notar o sistema numérico vigesimal e a utilização do
zero. Sua arquitetura e arte são fascinantes. Apesar de já termos lido sobre
eles e visto a sala maia no museu de antropologia na cidade do México, a
sensação de caminhar pela cidade entre todas as ruínas é indescritível.
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Estudantes realizando seus desenhos - Templo do Conde |
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