De Denver,
ao invés de irmos rumo ao sul e ao México, resolvemos ir em direção leste
novamente, dessa vez em busca de música.
A primeira
cidade que já deu para aguçar nossos ouvidos foi Saint Louis. Saint Louis fica
na beira do lendário rio Mississipi e conseguimos um camping numa localização
bacanérrima, super perto de downtown ( Cahokia RV Park). A noite é boa em Saint Louis. Começamos
passeando pela balada Delmar Blvd, que tem entre outros bares, o Blueberry
Hill, onde dizem que o Chuck Berry toca toda terceira 5ª feira de cada
mês. Mas a gente não gostou muito da Delmar, que estava meio parada. Por isso, fomos
e recomendamos a Geyer Ave, muito mais animada e melhor frequentada.
Nesse bar de St Louis o guitarrista queria fazer bonito e tocava até com os dentes |
Além da
música, a cidade de St. Louis é muito simpática. Tem o Gateway Arch, o
monumento mais alto dos EUA com 192 metros e o didático Saint Louis Art Museum,
gratuito, localizado no Forest Park.
Forest Park numa linda tarde de domingo |
Gateway Arch |
Guanyin - escultura chinesa |
Também tem
o bairro ítalo-americano The Hill, cheio de restaurantes cuja especialidade é
ravióli frito. Vale a pena experimentar.
Ravioli frito |
Lá também
fizemos um tour pela Anheuser-Busch Brewery, conhecida por fabricar a
Budweiser, líder de mercado entre cervejas nos Estados Unidos. O tour é ok, mas
o gran finale fica por conta das “provas”, duas por pessoa, num bar da fábrica.
Tudo isso, gratuitamente. Lógico que aproveitamos para experimentar as coisas
exóticas como cerveja de blueberry e de abóbora.
O momento mais esperado do tour. Leve sua identidade. |
A próxima
parada foi Nashville, Tennessee, para os íntimos a “cidade da música country”.
Não conhecíamos nada sobre esse gênero musical. Para quem gosta e é fã, por lá existem
muitos museus especializados no assunto. Como não era nosso caso, partimos direto
para os barzinhos que lotam a Ave Broadway. E foi um ótimo negócio. Primeiro,
sim, porque gostamos da tal da música country. E segundo porque o clima na
Broadway estava ótimo, super animado, ainda mais por ser uma segunda feira. Tivemos
até dificuldade para estacionar o carro e muitos bares estavam lotados. Mas o pessoal
estava super sossegado, cada um na sua. Depois descobrimos que lá é bem famoso
e até existe uma série de TV que se chama Nashville. Viajando e aprendendo.
Bar em Nashville, lotado |
De Nashville,
seguimos para Memphis, no mesmo estado. No caminho, resolvemos fazer outro tour
dessa vez para conhecer a destilaria Jack Daniel’s. Foi ótimo pois pudemos
acompanhar a maneira quase artesanal que produzem uísques. Fica na minúscula
cidade de Lynchburg, no Tenesse. A curiosidade é que nessa cidade ainda está
válida a lei seca dos anos 20 e assim não permitem a venda de bebida alcoólica
nem na destilaria. Existem duas opções de tours. Na paga, você pode fazer
degustação enquanto na gratuita, eles te oferecem um copo de limonada no final.
É fã de Elvis?
Então você precisa ir para Memphis! Memphis e Elvis são sinônimos. Por lá tem até
uma radio, a Elvis radio, que toca Elvis o tempo inteiro. Tem museu, a casa
dele (Graceland), lojas e souvenirs. Uma overdose de Elvis! Nós sucumbimos um
pouco e compramos um cd duplo dele. Agora, na Beale street a música é mais
diversa. Ouvimos um blues muito do bom, com um baixista que – juro – deve
dormir tocando. Mas nossa dica é: não compre o cd que eles vendem nos bares; é
gato por lebre!
Porta do Graceland |
Estátua do rei |
Aproveite e
não deixe de comer os BBQ’s. São deliciosos, a carne é macia e solta do osso
fácil. Recomendamos o Tops Bar B-Q, com várias lojas em Memphis. Se quiser, ainda
tem outros programas, como visitar gravadoras e a fábrica de guitarras Gibson,
dar uma caminhadinha no centro – que é super parado durante o dia. Mas a grande
vocação da cidade é mesmo noturna.
Beale street a noite |
Beale de dia |
De Memphis,
saltamos para New Orleans. NOLA, como é carinhosamente chamada, não tem nada a
ver com as outras cidades dos Estados Unidos por onde passamos. As pessoas são
mais simpáticas (em qual outro lugar dos EUA um estadunidense vai te chamar de
sweetheart na rua???), as construções são menores e mais coloridas, menos
padronizadas; a comida tem outro tempero. A cidade ainda vive na sombra do
Katrina, o furacão que devastou a cidade em 2005. E não parecer com as outras
cidades de seu país tem o lado bom mas também tem o lado ruim: as ruas são meio
acabadas, tem casas caindo aos pedaços, você se sente menos seguro. Mas apesar
de todos dizerem para tomar cuidado com segurança e tal, ela é muito mais
tranquila que qualquer média cidade do Brasil.
O lugar
mais visitado e fotogênico é o French Quartier, com seus balcões lotados de
samambaias. O bom é se perder por suas ruas, tentando encontrar os ângulos mais
bonitos. É nessa região que fica a famosa Bourbon street. Mas apesar de toda
badalação em torno dela, achamos a rua Frenchmen St. com a melhor música e com
menos turistas de excursão.
Frenchmen street |
Sobre a
Bourbon street, vale um parágrafo a parte. New Orleans é vista como um lugar
onde os estadunidenses vão para se divertir. O que pra eles é: beber muito (em
Nola pode-se beber na rua, no restos dos EUA não), ir em casa de striptease
(uma do lado da outra na Bourbon) e fazer pequenas loucuras como mostrar os
seios para ganhar colares de contas. É isso mesmo. Existe esse costume de se
jogar colares da varanda para as mulheres em troca de uma “olhadinha”. Dizem
que isso é super comum no carnaval deles, o Mardi Grass, porém vimos uns pares
de peitos dando sopa em setembro mesmo. Por outro lado, também vimos muita
gente arremessando os colares em troca de nada, só por brincadeira.
Uma mulher querendo ganhar colares |
Como
sugestão de passeio alternativo, pegue a balsa gratuita para Algiers no Ferry
próximo ao centro. As casas em estilo vitoriano são um charme!
Para comer,
arrisque-se na comida cajun, coma Po’boys (um sanduiche com frutos do mar
fritos) ou um sanduiche de crocodilo. Nós pedimos, mas não levamos pois estava
em falta e tivemos que nos satisfazer com ostras fritas mesmo.
Em todas
essas cidades, a grande maioria dos bares tinha música ao vivo e não se cobrava
couvert artístico, com poucas exceções. Mas em todos, os músicos passam o
chapéu “Band-Aid” (trocadilho pra ajude a banda) e todo mundo contribui com a
caxinha. Achamos um sistema muito legal, pois nós podemos ir de bar em bar sem
pagar, procurando o som que queremos. E quando achamos e ficamos em um, aí sim
pagamos e o dinheiro vai direto pra banda, sem a intermediação do bar (no
Brasil é discutível se o tal do couvert ‘artístico’ realmente chega pros
músicos).
Esse
caminho da música foi nossa despedida melódica de um país que tem muita
diversidade para cantar. E agora, simbora pro México.
Marina,
ResponderExcluirAgora já estão perto novamente!!!! Quanto tempo ainda levam para retornar ao Brasil?
Aproveitem muito.
Beijo
Claudia
Oi Claudia! Devemos chegar no Brasil em abril de 2013. Estamos no México e apesar de ter ficado ao lado de Tlaquepaque não pudemos visitá-la! Lembrei tanto de vc e do seu post magnifico sobre esse lugar mas nos deram poucos dias de fronteira.
ExcluirBeijos,
Marina