quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Cabras e trânsito na capital da Guatemala


Capitais sempre são um problema para viajantes com carro. Grandes, barulhentas, super populosas e com um trânsito maluco, a melhor saída é evitá-las a qualquer custo. Fomos para a Ciudad do México sem o carro e apesar de termos virado sardinhas nos metrôs supercheios, não havia a preocupação com trânsito.
O ônibus está exatamente onde a placa não indica
Mas não pudemos evitar a Cidade da Guatemala. O Mauro precisava ir ao dermatologista e precisávamos trocar a pastilha de freio do Jumbo e achamos que a capital seria o melhor lugar para realizar essas duas coisas. Até foi, passamos no médico, compramos o remédio e trocamos as pastilhas do carro. Mas a cidade é um inferno!
O trânsito é muito louco, o pior por onde passamos até agora. Pior que SP? Sim, muito pior. Não existem placas, o sentido das ruas trocam de lado de uma hora para outra e fazem uma divisão de pista com muro de concreto em muitas vias, impossibilitando a mudança de faixa, te levando pra onde você não quer ir. Para piorar, os guatemaltecos dirigem muito devagar, quando andam a 30 km/h eles brecam, pois está muito rápido.

Cuidando do jumbo
Se a Cidade da Guatemala conquistou o posto do pior trânsito, ela também conquistou o primeiro lugar em “acontecimentos bizarros”da viagem. Enquanto estávamos parados no trânsito do centro da cidade, um pastor levava suas cinco cabras para pastarem pela calçada. O mais engraçado: vimos as cabras pastando pelo centro os dois dias que ficamos ali. Algo totalmente impensável! Mas valeu como despedida divertida de um dos melhores destinos da América Central, principalmente por causa do seu povo acolhedor.


Repare na cara da menina vendo as cabras comendo folhinhas


Procedimentos para saída da Guatemala:
Passamos a fronteira chamada Floridos de Guatemala para Honduras. Essa fronteira fica perto de Copan Ruinas, nosso primeiro destino em Honduras. Contra todos os prognósticos, foi uma das fronteiras mais tranquilas até o momento.
Pessoas: dar baixa no passaporte
Carro: cancelar a importação temporária do veículo na aduana.
Chegando na fronteira, estacione o carro do lado direito da estrada e atravesse a estrada para realizar esses dois tramites. A imigração e a aduana ficam uma ao lado da outra. O processo foi sem custo.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Antigua

Antigua com o Vulcão Água ao fundo


Declarada Patrimônio Mundial Cultural e Natural da Unesco, Antigua  tem uma história trepidante. Chacoalhada por diversos terremotos, a antiga capital da Guatemala sobreviveu e apesar de ter cedido o posto político para Ciudad da Guatemala, hoje é um destino agradabilíssimo. Rodeada por vulcões, La Antigua Guatemala é uma daquelas cidades coloniais que enchem os olhos dos visitantes: casinhas coloridas, igrejas e uma grande praça central que concentra o lazer dos habitantes e turistas.

Casinhas coloridas em Antigua


Arco de Santa Catalina
Muitos estrangeiros - muitos mesmo- procuram Antigua para fazer curso de espanhol. Não é nosso caso que estamos fazendo nosso intensivão nas ruas, puxando muito lero com os locais, errando muito e aprendendo mais ainda. Principalmente porque o espanhol americano é tão diferente de um país para outro que causa muitos enganos da nossa parte.
Um exemplo: bolo no México é torta. Na Guatemala, é pastel. Complicadíssimo principalmente se você está atrás de um para comemorar um ano de estrada e chega numa loja, na maior propriedade perguntando se eles tem tortas para cumpleaños e a moça vira e pergunta "que?". Socorro!
Tecidos guatelmatecos
Mas voltando a Antigua, ela é linda e principalmente, vibrante. Muito por causa de seu povo pois os guatemaltecos são um poço de simpatia. O que estávamos esperando do México, encontramos aqui!
Além disso, conta com um forte comércio de rua onde várias mestiças, vestidas e enfeitadas com suas roupas tradicionais, se espalham pelas principais ruas tentando vender seus produtos - lindos, por sinal.
As mulheres carregam os bebês nesses carregadores


O ponto forte fica por conta dos tecidos, alegres e com padrões interessantes. Impossível não se encantar com essas verdadeiras obras de arte! Se quiser fazer suas comprinhas em um lugar fechado, o Mercado de Artesanias faz as honras. Aproveite para decorar sua casa com as ricas cores da Guatemala, os preços são bons.
O Parque Central é a praça principal da cidade e o ponto de referência. Vale a pena parar alguns minutos para apenas observar a vida das pessoas.  Também na praça, acontecem os grandes eventos culturais. No fim de semana que ficamos houve um show de balé, apresentação de marimba e soltura de balões. Diferente do Brasil, onde soltar balão é crime, no céu da Guatemala eles passeiam livres, leves e soltos. Para gente, isso foi uma grande surpresa.

Acendendo os balões
Impensável no Brasil





O onipresente Água

Perto da cidade, numa colina fica o Cerro de La Cruz, com uma visão panorâmica da região. Não visitamos por causa da falta de segurança pois todos dizem ser frequentes os assaltos aos turistas que se aventuram a fazer esse caminho a pé. Hum, vamos dizer que também ficamos com preguiça de subir a tal colina e preferimos flanar pela cidade mesmo.

Os tres vulcões que circundam a cidade são o Água, Acatenango e Pacaya. Existem passeios que levam ao topo deles os mais animados e preparados. Novamente, não foi nosso caso que da cidade mesmo conseguiamos avista-los sempre que as nuvens deixavam.
Drinks a base de chocolate
Um local bem interessante para se visitar é o Choco Museo, um museu comercial bem organizado com a história do cacau e do chocolate desde os maias até a atualidade. No local, eles organizam pequenas oficinas para confecção do seu chocolate, desde a moagem dos grãos até a degustação. No local ainda funciona um pequeno bar com bebidas a base de chocolate.
Máscaras de madeira
Foi em Antigua que levamos um chacoalhão e não por causa de erupções. Visitamos despretensiosamente o Centro Cultural de España en Guatemala. Vimos uma mostra de ilustrações de Dali feitas para comemorar os 700 anos da "A Divina Comédia" de Dante Alighieri, mas que nunca acabaram sendo impressas.
Mas o choque veio com a exposição fotográfica de Rodrigo Abd, um fotógrafo argentino que retrata a realidade dura da Guatemala. O lado B de um país que está em guerra interna. As imagens são impactantes, como o artista realizou tais retratos? Algumas das imagens que mais marcaram foram a exumação das vítimas da guerra civil e o garimpo que fazem no esgoto da capital, centenas de pessoas garimpando as águas podres em busca de metal. Vik Muniz fez o lixo virar pop. Esse artista transformou o lixo em miséria. Foi um soco no estômago. Mas um soco bom.




Exumação da Guerra Civil Guatemalteca/ Foto de Rodrigo Abd (veja link acima)




quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Tikal, grande atração da Guatemala

Ruínas perdidas no meio da selva
Chegando em mais uma fronteira, já ficamos apreensivos.
Desnecessariamente, pois entrar na Guatemala vindo de Belize foi tranquilo. Acabou demorando muito tempo (duas horas) porque o sistema da Guatemala caiu e precisamos ficar esperando até ele voltar a funcionar.
Enquanto espera, aproveite para visitar o quiosque de informações turísticas. Eles sempre tem mapas para dar. Aproveite e pegue o mapa do parque de Tikal, distribuido gratuitamente nesse local - digo isso porque tentaram nos vender o mesmo mapa na entrada de Tikal e sem mapa, sua visita as ruínas fica complicada.

Portal de Flores
 Passada a fronteira, seguimos para Flores, uma simpática cidade localizada numa ilha do lago Petén Itzá. Almoçamos mas resolvemos seguir em direção a Tikal seguindo as dicas de vários viajantes: chegar a tardezinha (a partir das 16 horas) e acampar para aproveitar melhor o tempo. E assim fizemos.

As ruínas são caras, cerca de R$ 40 por pessoa. Depois de pagar pelas entradas para o dia seguinte, nos disseram que poderíamos assistir ao por do sol nas ruínas naquele mesmo dia. Infelizmente, perdemos o por do sol mas fomos dar uma caminhada mesmo assim para aproveitar o tempo. E vou te contar: nessa latitude, o cair da noite é na verdade um despencar. Não curtimos ficar no meio da selva no escuro e voltamos rapidinho para o camping.
Templo I de Tikal
Acampamos no Hotel Jaguar Inn que também tem um restaurante e uma internet sofrível mediante pagamento. Apesar de estar sob influência do clima tropical úmido, conseguimos ter uma noite tranquila no meio da selva, embalados pelos barulhos dos animais e pelo breu da noite.
A visita as ruínas veio logo no dia seguinte. Algunas pessoas acordam de madrugada para ver o sol nascer do alto das pirâmides mas não foi nosso caso. Ainda bem, pois o dia estava nublado e até choveu em alguns momentos durante o passeio.
Máscara em Tikal
Tikal não tem nada a ver com as outras pirâmides pré-colombianas. Localizada no meio da floresta tropical úmida, seus caminhos são verdadeiras trilhas, muitas vezes íngremes e muito escorregadias. A experiência de estar no meio da floresta e dar de cara com essas gigantes construções é de estar fazendo parte de um segredo bem escondido. Mas para que o seu passeio só tenha boas recordações é bom tomar alguns cuidados. Um deles é usar um calçado que não escorregue. Outro, passar repelente, o mais poderoso que você tem, aquele que você estava guardando para usar nos lugares longíncuos da América Central. Chegou a hora, não economize pois os mosquitos são implacáveis. Leve água. As distâncias são enormes, você sua feito um condenado, o desgaste físico aumenta por causa dessa umidade louca. E tenha um bom mapa ou contrate um guia. O sítio arqueológico é grande e você pode se perder.
Seguindo essas regrinhas, não deixe de conhecer:
- El Mundo Perdido: um complexo de 38 estruturas que rodeiam uma grande pirâmide de 32 metros de altura. Não apenas pelas construções, o lugar é interessante pelo seu astral, a energia lembrou Palenque.
A selva toma conta das ruínas
- Sete Templos: são pequenos templos, um ao lado do outro, com outras estruturas maiores a sua volta. Pode subir nos templos.
- Grande Praça: as principais atrações são as pirâmides I e II, localizadas uma de frente para outra. O templo I é conhecido como o templo do Grande Jaguar. Ao lado esquerdo do templo I está a Acrópolis do Norte, que apesar de não ser tão impressionante quanto as duas pirâmides, possui grande valor histórico por terem estruturas que evidenciam uma ocupação anterior a 400 AC. Essas estruturas foram reutilizadas pelos maias. Existem duas grandes máscaras esculpidas por esses povos antigos, uma delas extremamente bem preservada.
- Templo IV: subindo pelos degraus de madeira que levam quase ao topo da mais alta construção de Tikal (64 metros) tem-se a melhor panorâmica do sítio e de sua localização no meio da selva. Algumas outras construções apontando por cima das árvores trazem novamente a sensação de estar em um mundo perdido. Imperdível!

Macacos bem barulhentos
Existem outros templos espalhados pelo sítio arqueológico, altos, imponentes e misteriosos. Durante sua exploração, você vai escutar um som muito estranho vindo da mata. Muito alto, parece um tigre com fome. As primeiras vezes que você escuta, é inevitável procurar da onde vem esse barulho e até ficar meio preocupado. Acalme-se, não é nenhum monstro. São os macacos fazendo bagunça pela mata. Fique atento, dê uma olhadinha de vez em quando para o topo das árvores e você pode ver um, observando seus passos.

Procedimentos para entrar na Guatemala

Além de macacos, o esquisito peru selvagem.
Pessoas: apenas o passaporte válido; o visto que nos deram foi de 90 dias, válido para os 4 países (Guatemala, El Salvador, Honduras e Nicarágua)

Veículo: obrigatoriamente, voce irá passar pela area de fumigação. Após ter o carro fumigado, pagará numa casinha ao lado direiro Q $ 18. Feche os vidros pois a tal fumigação é feita com os passageiros dentro do veículo.
Com o recibo da fumigação em mãos, siga para a imigração do lado esquerdo da rodovia.
Após realizar sua entrada, vá ao guichê ao lado fazer a importação temporária do carro. Os documentos que você terá que apresentar(originais e cópias) são os seguintes: documento do carro, CNH, fumigação e passaporte com o visto de entrada. Após pagar a taxa de Q$ 160, o funcionário da alfândega irá até o seu carro e colará um adesivo no vidro. Pronto, seu carro já pode circular pela Guatemala legalmente.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Tubaínas Internacionais

É humanamente impossível experimentar todas as tubaínas no caminho.
Mas continuamos bravamente nossa saga tubainística pelas Américas, provando os refrigerecos mais esquisitos que existem. 
E nós que achávamos que o guaraná Jesus já era super diferente, não estávamos preparados para o que viria a seguir.


Maltín (Venezuela). Apesar de todo gás, não parece refrigerante. Descobrimos que algumas pessoas tomam inclusive no café da manhã. Mas isso não é importante pois ficamos viciados nesse Maltín. Uma delícia, a base de malte, tem cheiro de ovomaltine (sem chocolate). Engorda prá caramba, pesa no estômago e deve ser tomado bem gelado.



Goliath Banana (Belize). Doce e enjoativo apesar do sabor super forte de banana. Não é gostoso e só vale os goles se estiver com muita vontade de tomar um refrigerante de banana. 
Aparentemente essa tubaína é estadunidense, mas tomamos ela em Belize mesmo.


Lift Toronja (Guatemala) é muito gostoso, não é tão doce quanto uma fanta e é mais leve. Assim como o Jesus, a Coca Cola já comprou. Aprovado!










Tropical uva (Honduras) muito sem graça, não tem a intensidade que um refrigerante de uva deve ter. Pouco gás, pouco sabor, pouco aroma. 










Tomamos o Cristal Uva em Playa (México). Como a garrafinha vem sem o sabor escrito, olhamos as cores e pedimos o roxo, imaginando que seria de uva. Quisemos confimar o sabor com a atendente do restaurante ela disse: é quase uva! Como assim, quase uva??? Rimos muito! Mas as melhores risadas vieram depois de experimentar: não é que tem um sabor parecido com uva, sem ser uva? Essa moça está com talento desperdiçado!

A Jarritos abacaxi tomamos saindo de Xochimilco (México). Achamos que iria ter um sabor bizarro. Qual não foi nossa surpresa quando nos deparamos com uma das melhores tubaínas experimentadas na viagem! O sabor de abacaxi é ótimo, bem equilibrado, sem ser muito doce.









soda de pepino!? fala sério

EUA e Canadá: Esses países são super sem graças no quesito refrigerantes alternativos. A grande diferença fica com o  Dr Pepper, que não gostamos nem um pouco. O que está na “modinha”agora pelos lados dos EUA são os refrigerantes diferenciados, mais caros e com ingredientes mais refinados. Não experimentamos nenhum pois partimos do principio que refrigerante bom é refrigerante sem frescura.



Postobon Maçã: da Colômbia, apesar da cor de Jesus, não tem nada a ver. Sabor fraco de maçã e muito doce.
Quatro Toronja: também colombiano, esse é gostoso. Sabor citrico estranho,, mas gostoso.









Ainda experimentamos o refrigerante Bizu saindo do Brasil. Esse pudemos experimentar aos montes pois visitamos a fábrica em Roraima. Esse não é refrigereco, é refrigerante e dos bons. O sabor uva é melhor disparado que a Fanta Uva. Na fábrica descobrimos o porquê: eles usam água mineral para fazer todos seus refrigerantes e suco de uva do RS. Foram diferenças que pudemos sentir no sabor do produto. Gás, sabor e aroma equilibrados. Além disso, eles produzem o refrigerantes marca Tubaína mesmo, sabor tutti frutti, muito gostoso. Essa foi uma descoberta muito boa e se tiverem a oportunidade, experimentem!

Na verdade, experimentem todos! Porque o mundo está cheio de possibilidades, para que fazer sempre as mesmas escolhas? Mesmo com o seu nome na lata, o que está dentro é o mesmo.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Em território brasileiro

Saimos de Caulker sob uma tempestade tropical muito forte. Com o mau tempo, decidimos seguir para Dangriga no litoral sul de Belize, seguindo recomendações do guia. Sinceramente, nem perca seu tempo: não sei se foi a chuva, Dangriga não vale a pena. A cidade é muito feia e oferece pouco apoio ao turista - poucos restaurantes péssimas opções de hospedagem.
Passamos a noite numa vila entre Dangriga e Belmopan, a capital, onde precisávamos passar na Embaixada do Brasil para justificar nosso voto.

Como foi bom passar na Embaixada! Após nove meses, colocamos nosso pezinho no Brasil e pudemos conversar em português com o vice consul, Sr. Gerôncio, uma simpatia! Ficamos muito a vontade de novo na nossa terrinha! Apesar de não resolvermos nossa justificativa para as eleições municipais, recebemos a orientação sobre como proceder.
Belmopan não tem nada interessante, somente as embaixadas. Agora a pergunta: por que será que a embaixada dos EUA é tão gigante? São três quadras de embaixada! Num país minúsculo!
De Belmopán seguimos para Spanish Lookout, cuma cidade colonizada pelos menonitas, muito diferente do resto de Belize. A cidade é próspera, vive da extração de petróleo e os habitantes são descendentes de alemães.
San Ignácio, terminal internacional de ônibus
Próximo de Lookout, está a cidade de San Ignacio. San Ignacio é a última "cidade grande" antes da fronteira com a Guatemala. Resolvemos passar a noite nela e aproveitamos para visitar as ruínas maias de El Pilar.

El Pilar no meio da floresta
Fica próximo a cidade, uns 18 km mas o acesso é ruim, melhor fazer com um 4x4. O complexo El Pilar fica na fronteira com a Guatemala, tem até uma parte do sítio arqueológico que está naquele país. Na estrada para o sítio, até pensamos que seria uma roubada, no meio da floresta, numa trilha esburacada, no meio do nada.
No final, foi uma experiência única.
As ruínas maias do México foram reconstruídas e apesar de todo o encanto de Palenque e Chichen Itzá, foram modificadas. Além de serem super turísticas, claro.
El Pilar está quase toda encoberta. Apenas uma pequena parte das ruínas está à mostra, partes de uma casa com um quarto, e algumas paredes, chamado de Tzunu' un. Dizem que a terra que cobre as ruínas também as protegem.
Éramos os únicos visitantes do sítio. Apesar de poucas pessoas visitarem El Pilar, o sítio é bem mantido. Mas possui poucas placas explicativas e você precisa usar sua imaginação para tentar visualizar o que tem por baixo daqueles montículos de terra.
Saimos de Belize no dia seguinte, por Benque Viejo. Do lado esquerdo da estrada está a imigração. Para saída, é necessario pagar Bel. 37,50 por pessoa. Neste mesmo prédio, voce dará baixa na importação temporária do veículo - eles irão carimbar seu passaporte. É bom trocar algum dinheiro com os cambistas cadastrados pois na entrada da Guatemala você precisará de quetzales.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O Paraíso é aqui !

Depois de atravessar a fronteira, seguimos para Belize City, onde encontramos um estacionamento seguro próximo ao terminal de embarque para as Cayes. As Cayes - pronuncia-se key, como chave em inglês - são pequenas ilhotas que se localizam antes das barreiras de corais. As duas mais famosas do litoral norte de Belize são a Caye Caulker e a Caye Ambergis (ou San Pedro).
Pegamos o táxi aquático para Caye Caulker sem saber o que encontrar. Assim que descemos do barco pensamos: o paraíso é aqui!
Mar, lindo mar!
Além das belezas naturais de sua costa, a Caye Caulker é um lugar muito tranquilo, a paz impera pelas ruas dessa pequena ilha.
Uma ilha que já foi bem maior até pouco tempo atrás, quando o furacão Hattie resolveu cortar a ilha quase pela metade. Hoje, nesse lugar chamado " The split", o bar Lazy Lizard serve de apoio para inúmeros turistas que desejam assistir o por do sol. Mas se você conseguir acordar bem cedinho pega o nascer do sol no mesmo local. Muito louco isso!


Barzinho no Split
A ilha é pequena, tem três ruas de largura. Não tem carro, se quiser pode pegar um táxi num dos muitos carrinhos de golfe que prestam esse serviço ou alugar uma bicicleta. Nós ficamos no chinelo mesmo e caminhando bastante pela ilha talvez fique cansado. Nada que um coqueiro não resolva.

Casa em Caye Caulker
Logo que chegamos encontramos uma hospedagem que tinha uma promoção pague 2 leve 3 e no final das contas, acabamos ficando 5 dias em Caulker. Cinco dias muito tranquilos.
Os passeios não ficam apenas por conta de mergulhos que sim, te levam até o Blue Hole. A grande atração é fazer snorkel. Para tanto, você precisa contratar um tour, o snorkel perto da costa não é tão bonito e pode ser perigoso - placas avisam sobre o perigo de ser atropelado por lanchas.
Nós resolvemos fazer um passeio de dia inteiro, das 10:30 as 15:30. Valeu muito a pena porque nosso guia, Sean, nos levou até o Hol Chan Marine Park, o Shark Ray Alley e o Coral Gardens. Nesses lugares pudemos ver muitos peixes. Muitos mesmo! Além dos peixinhos pequenos e coloridos que ficam em volta dos corais, nadamos com cardumes de Jack, um peixe curioso que sempre está por perto.


Snorkeling

Mas o ápice do snorkel está em nadar com arraias, tubarões e tartarugas. Foi emocionante! Vimos duas tartarugas - cabeçuda e verde. A cabeçuda chegou muito perto da gente, tão perto que ficou enroscada nas pernas da Marina e o Mauro teve que empurrá-la para conseguir uma foto!
Sai prá lá, dona tatá!

Os tubarões são da espécie lixa e mesmo sabendo que ele não pretende te comer, deu um medinho de entrar na água enquanto o Sean chamava os tubarões com pedacinhos de peixe. 


Você pularia nessa água?

Mas realmente eles são inofensivos e pudemos acariciá-los e pegá-los seguindo as instruções do guia. Ter nas mãos um animal fantástico como um tubarão foi uma sensação indescritível.
As arraias são lindas. Sempre fiquei encantanda no Aquário de Santos com elas nadando, mas parecem estar voando no mar. Nadar junto com elas foi muito emocionante e poder pegá-las também.
Sean com a arraia

A gente já tinha pegado gosto em fazer snorkel na Venezuela. Agora, ficamos encantados e quem sabe, não consigamos realizar um curso de mergulho com cilindro?
Fizemos somente um passeio de snorkel, os outros dias passamos na prainha do hotel relaxando, lendo e escrevendo para nosso blog.
Para comer, as melhores e mais frescas opções são peixes e frutos do mar. Estávamos na época da lagosta, portanto comemos algumas a preços módicos, para não dizer baixos, principalmente comparado com o Brasil. Proporcionalmente, a refeição mais cara é o café da manhã. Por um café da manhã com chá ou café e um sanduíche tipo um misto quente pagamos R$12, enquanto o prato com 2 lagostas inteiras grelhadas com arroz saía por R$18.
Em Caue Caulker, escutando a conversa entre o mar e os coqueiros uma dúvida se fez: por que no Brasil ninguém fala desse paraíso?


Tartaruga verde
Anota aí:
Caye Caulker: localizado no litoral norte de Belize, o acesso mais fácil é a partir de Belize City.
Umas das empresas que te leva até Caulker é o Water Taxi, com endereço on-line www.belizewatertaxi.com. Em out/2012 os preços eram:
Para Caulker: US$ 7,50 só ida e US$ 11,50 ida e volta, 8 saídas diárias.
Para San Pedro: US$ 12,50 ida e US$ 21,50 ida e volta.


Vista da pousada

Ficamos na Pousada Tropical, R$ 105 para três noites, com AC e banheiro no quarto. Cada noite por R$35 (ou US$17,50). Fechamos o passeio na própria pousada, com a Star Tours: 5 horas US$45 e 3 horas US$25; fizemos o passeio de dia inteiro e no valor estava incluindo suco e um sanduíche no almoço e frutas no meio da tarde. Como fechamos na pousada, tivémos 10% de desconto. Passeando pela vila, vimos que os preços para o mesmo serviço são tabelados.
Pronto para receber cafuné na barriga

O dólar americano é aceito em todos os lugares. O câmbio equivale 2 belizians para 1 dólar e é comum entregar dólares americanos e receber o troco em belizians. Vale sempre confirmar em qual moeda eles estão te cobrando antes de fechar uma compra.

Lagarteando no split

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

As Surpresas de Belize

 Belize é um país pequeno e singular.
Blue Hole (creditos Belize Tourism.org)
Tem menos de 300km de comprimento e 313 mil habitantes, menos que Santos, nossa cidade natal. E também é um país super recente. Até 1981 era uma colonia britânica, chamada British Honduras. Por conta dessa herança, é o único país da América Central onde a língua oficial é o inglês. Sua construção mais alta são ruínas maias de mais de 1000 anos de idade (pirâmide de Caana, no síto arqueológico El Caracol, com 42m de altura).
Mas apesar das ruínas Maias, o maior destino turístico de Belize está nas águas, com a segunda maior barreira de corais do mundo, atrás apenas da Grande Barreira de Corais Australiana. E também pelo "Blue Hole", um enorme buraco de mais de 120m de profundidade, conhecidíssimo no meio de mergulhadores, mas muito pouco fora desse meio. E lá também fica a tal da "Isla Bonita", cantada pela Madonna. 
Barbeiro, Mecânico e etc: em país pequeno as pessoas precisam se virar
Porém nada disso nos havia animado a passar por lá e Belize não estava em nosso roteiro inicial. Acabou entrando pois nos demos conta de que passar por lá era a melhor forma de irmos de Yucatán, no México para Tikal, Guatemala. Tínhamos ouvido pouca coisa a respeito desse pequeno país da América Central, sabíamos apenas que é um destino muito procurado por mergulhadores - o que ainda não é nosso caso. Mas não podíamos imaginar que iríamos ser abduzidos pelas belezas de suas águas caribenhas. 
Nemo 4D
Quando a gente fala de Caribe, logo pensamos no México. Mas o mar do Caribe banha o litoral desde a Venezuela até o México, lambendo com suas lindas cores as costas atlânticas desses países. A cor da água varia, de linda para maravilhosa. Brincadeiras a parte, a cor desse mar passeia entre as tonalidades mais claras do azul e do verde. As águas não são frias, tem muitos recifes de corais e quase não tem ondas. 
Apesar de imaginar que Belize tinha muitas belezas, jamais pensamos que era um lugar tão lindo e acessível. Ainda bem que estávamos enganados.
Já ficamos contentes com os trâmites na fronteira. Organizada e eficiente, com funcionários profissionais, educados e simpáticos. E não pediram propina como fizeram no México. 


mais uma bandeirinha no jumbo...
Segue o processo para entrar em Belize: 
Para pessoas: somente o passaporte válido. Brasileiros não precisam mais de visto, como já falamos nesse post. O rapaz da imigração fez algumas perguntas básicas e nos deu 30 dias de permanência (mais do que suficientes). 
Para o carro: primeiro faça a fumigação (U$ 5) numa casinha de madeira caindo aos pedaços antes da imigração. É obrigatória. Mais a frente, num prédio grande faça a sua imigração e no balcão de declaração de bens, a importação temporária do carro (sem custos). A funcionária pediu o documento do carro original e o passaporte. Antes de entrar no país, fizeram uma inspeção visual, perguntaram se a gente tinha frutas, cerveja ou cigarro, não conferiram nada e nos liberaram. No caminho, algumas pessoas vão te oferecer o seguro para o carro. Ignore-os e assim que liberado pelo pessoal da alfândega, siga para prédio oficial de seguros, visível de dentro da sala de imigração. Lá fizemos um seguro para duas semanas que custou U$ 23. Cole o selo no seu vidro e siga a estrada. Fácil e indolor. 
Por que todas as fronteiras não são assim?
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