quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Um trecho corrido


De Palenque seguimos para Campeche, no litoral. As estradas da Península de Yucatán estavam com muitos bloqueios policiais. Fomos parados na maioria mas sem grandes desdobramentos.
Tinhamos quatro opções para acampar em Campeche. Todas péssimas. Numa delas, a descrição dos viajantes falava que ficava num subúrbio. Brasileiros sabem a diferença de favela e subúrbio, aquilo era favela. Depois de quase 3 horas de pesquisa, acabamos desistindo de campings e partimos para um hostel localizado dentro dos muros da cidade.
De longe, a melhor opção é ficar hospedado dentro das muralhas. A cidade fora é horrorosa, cheia de buracos, sem nenhum atrativo. Mas dentro, parece que fomos transportados para outro local. Todas as casas parece que foram reconstruídas. Coloridas e alegres, tinhamos a clara impressão de estarmos dentro de uma redoma de vidro. E gostamos muito disso!


Apesar de toda a reconstrução, Campeche ainda está caminhando no atendimento ao turista. Por exemplo, tivemos dificuldade em encontrar um restaurante que coubesse no bolso e atendesse ao paladar. Mas valeu a passagem, a cidade da redoma é bem bonitinha.


Acabamos nos hospedando no Hostel del Pirata. Nota 5 para o hostel: o banho não tinha água quente e durante o meu banho, nem água tinha. Fiquei ensaboada no meio do banho e o Mauro foi pedir para religarem a água.


Sobrevivemos e no dia seguinte seguimos para Uxmal, a principal pirâmide maia da rota puuc. Essa região da península desenvolveu algumas caracterísitcas na sua arquitetura mais detalhadas, com motivos geométricos.


Uxmal é um sítio arqueológico muito bonito. Para nós, dois são os destaques principais: o Quadrángulo de las Monjas e o Palacio do Governador. O Quadrangulo é composto por 4 prédios construídos em épocas diferentes. Estudiosos divergem quanto ao uso desse espaço mas a beleza das fachadas é impressionante. Muitas máscaras de Chaac, o deus da chuva para os maias e algumas referências a serpente emplumada enfeitam a arquitetura. No dia da nossa visita, um grupo estava realizando alguma atividade que misturava dança e meditação.

O Palacio do Governador é uma verdadeira obra de arte no estilo puuc. É um prédio com 97 metros de comprimento, com muitos mosaicos na fachada.


Ainda tem como destaque a Pirâmide del Adivino, construída sob uma base oval. Bonita, porém os outros dois prédios chamaram mais nossa atenção.

Mas nada justifica o preço abusivo (Mex 249) e a venda casada com o show noturno na pirâmide. Você compra o ingresso e ele " dá direito " a um show noturno que pode ser cancelado dependendo do clima. Demos azar, choveu e o show foi cancelado. Na compra do ingresso você paga o preço integral, não existe a opção sem o show de luzes. Mas se quiser ir apenas a noite, o preço é Mex 58. Extorsivo? Viva o México!


Dormimos no camping/estacionamento do Canah-Nah Restaurant Bar e saimos cedinho para Mérida, onde tinhamos um monte de coisas do carro e nossas para resolver.
Em Mérida, mandamos lavar nossas roupas (por quilo, como no Brasil) e trocamos dois pneus do Jumbo. Eles já tinham rodado mais de 50.000 km e estavam gastos. Só não trocamos todos porque eles não tinham outros dois. Também fizemos um adesivo para o carro do Spot, uma forma de tentar intimidar policiais corruptos e assaltos.
Mérida é uma cidade grande mas simpática. Tem um centro preservado e movimentado mas realmente não pudemos aproveitar nada porque essas "coisinhas" levaram o dia inteiro e saimos somente a noite para jantar.
Mas essa rotina de manutenção do carro e nossa faz parte, precisamos parar em algum lugar de vez em quando para deixar tudo em ordem! Bem tudo, tudo, é impossível, mas pelo menos resolver algumas pendências...

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