terça-feira, 7 de maio de 2013

Novamente, Chile!


Moai
Após Mendoza nosso próximo destino foi no Chile: Viña del Mar, uma cidade graciosa, na beira do Pacífico. Viña e sua quase irmã, Valparaíso são destinos de fim de semana para os santiaguinos. Apesar da proximidade, Viña é muito mais arrumadinha que sua vizinha Valpo.
Tentamos visitar o daMuseu de Arqueologia e História Francisco Fonck mas estava fechado. Mesmo assim pudemos nos deliciar com algumas obras em sua porta que convidam o visitante a querer conhecer mais dentro do museu. Uma dessas peças é uma estátua de moai da Ilha de Páscoa.
Agora, imperdível é a La Sebastiana, casa onde Pablo Neruda viveu com seu grande amor, Matilde. A casa é pura poesia. O poeta preencheu todos espaços da casa. A poltrana chamada Las Nubes, o quadro de homem que comprou para fazer companhia a outro de mulher, o bar. Tudo tem história. A casa fica localizada no Cerro Florida, em Valparaíso, com vista privilegiada para a baía. A visita é audioguiada e não é permitido tirar fotos dentro da casa (P$ 4000,00).
Mirante na La Sebastiana
Com gostinho na boca de Neruda, resolvemos visitar outra casa sua na Isla Negra. Nessa, as coleções mais importantes são vinculadas ao mar: mascarones de proa, réplica de veleiros, conchas, etc. Neruda era um marinheiro de terra. Foi aqui que ele escreveu o Canto Geral. A casa fica na beira da praia onde também está seu túmulo. Sobre essa casa Neruda escreveu: “A casa foi crescendo, como a gente, como as árvores...”. O valor da entrada é o mesmo da Sebastiana, mas nessa o guia é pessoal.
Os sinos também fazem parte de sua coleção

Ainda há outra casa em Santiago, mas essa não visitamos. Se tivesse que escolher apenas uma para visitar seria a Sebastiana em Valparaíso.
Mercado Central: nada de mais
Seguimos para a capital do país, Santiago. Apesar de capital, Santiago é muito mais tranquila que outras capitais por onde passamos. Conseguimos até estacionar o carro numa rua do centro! Conhecemos o Palacio de la Moneda (onde mora o presidente), a Plaza de Armas, o Mercado Central, a Catedral mas o que chamou mais nossa atenção foi o café com piernas.
Como assim, café com pernas? Eu nunca tinha ouvido falar nisso, o Mauro que veio todo me avisando que no centro de Santiago existem cafeterias que se chamam café com piernas porque nelas os balcões vazados deixam os clientes apreciarem as pernas das atendentes que sempre estão com as pernas de fora. Claro que eu fui junto, queria saber que história é essa do café vir acompanhado de pernas e descobri que não tem nada demais. As moças realmente usam uma roupa que deixa as pernas de fora, botam uma meia calça e um sapato alto e servem café. Sinceramente, vimos moças com roupas mais curtas na rua, não tem nada de outro mundo. Mas os café vivem cheios, principalmente de homens. Que tomam um cafezinho (e diga-se de passagem, o café estava muito bom) e ainda dão umas olhadinhas nos lindos pares de pernas que ficam desfilando na sua frente. Fomos ao Café Haiti, no Paseo Ahumada. Mas existem outros como o Prietto.  
 
Nesses cafés não têm mesas
                                                                                                                                                                   
Bom esse foi o café que nós fomos, tradicional. Vimos outros “cafés” com vidro preto na porta que o café com pernas é mais, digamos, quente. Não sei nem quero saber o que acontece lá dentro.
Também aproveitamos Santiago para consertar o carro. Para peças automotivas, procure a Av. 10 de julho. Tem tudo de peças e muitas lojas de serviço.
Onde arrumamos nosso carro
Todas as noites que ficamos na capital dormimos num Copec, um posto de gasolina. Com wifi e banho quente foi o melhor e mais barato lugar que encontramos para ficar acampados.
Dando continuidade a visitas em vinícolas, resolvemos visitar duas no Chile. Uma foi a Concha y Toro, bem próxima a capital. A visita foi ótima. Foi na Concha y Toro que pudemos experimentar todas as variedades de uva que eles utilizam pois eles mantém umas vinhas para experimentação. Experimentar a uva Malbec e a uva Tanah diretamente da parreira ajuda a perceber diferenças.
Barris da Concha y Toro

Eles tem um restaurante correto lá dentro e acabamos tomando muito mais vinho que queríamos, já que ganhamos um monte de cortesias. Resultado: tiramos uma soneca no estacionamento da vinícola. Lado bom de andar sempre com a casa nas costas!
Degustação 

Seguindo a Pan Americana rumo ao sul do país, visitamos a vinícola Santa Cruz, uma das melhores experiências que tivemos com vinho até o momento. Foi lá que aprendemos a decifrar um vinho. Excelente!
Vinicola Santa Cruz

Um pouco mais ao sul, paramos para visitar uma bela cachoeira que tem na região que chama-se Salto del Laja. O acesso é gratuito e você não pode se banhar. Contente-se em apenas admirá-la.
Salto del Laja

Pessoas no final do arco-íris

Fronteira
A estrada que sai de Mendoza e vai para o Chile passa pelo Parque Nacional Aconcágua, o topo das Américas, cume americano mais alto com 6.960 metros. Destino de muitos escaladores, o Aconcágua não é para qualquer um. Muito tentam e poucos chegam ao seu cume. Nós apenas tivemos um relance rápido dele numa paradinha que demos na entrada do parque. Decidimos não realizar nenhum passeio já que íamos cruzar a fronteira no mesmo dia e fronteiras sempre são uma incógnita.
Estrada lenta e sinuosa
Oficialmente aberto nosso zigue-zague Argentina/Chile, o Paso Fronterizo Los Libertadores que liga Mendoza a Viña del Mar foi o mais tranquilo de toda viagem. As aduanas e imigrações acontecem juntas para quem está indo para o Chile, em território chileno, após passar um túnel. Todo o trâmite de saída e entrada acontece nos mesmos postos, quase não saímos de dentro do carro. Apenas para vistoria do Chile, o que foi muito rápido e profissional. Para brasileiros todo o trâmite é sem custos, tanto imigração quanto aduana.
Depois de tudo pronto veio o problema: demoramos horrores na estrada porque estão refazendo a estrada. A sorte que demos foi que para quem estava indo para as cidades chilenas a estrada estava aberta. No outro sentido a estrada estava fechada e abria somente a noite. Caso passe por esse trecho, favor se informar com as autoridades chilenas sobre horários (ruta 60).

Pablo Neruda
Acho que o Neruda era bom de lábia...
Nascido no sul do Chile, seu nome de batismo é Neftali Ricardo Reyse Basoalto. Ele escolheu o nome de Pablo Neruda em homenagem a um poeta tcheco. Neruda ganhou um Nobel pela sua obra o que fez que o Chile tenha dois nóbeis em literatura: Neruda e Gabriela Mistral. Além de poeta, Neruda era diplomata, ligado ao partido comunista, foi candidato a presidente do Chile e senador. Na época da ditadura militar em seu país, teve que se exilar na Europa numa fuga épica pelos Andes chilenos para a Argentina. Neruda se casou três vezes mas aparentemente teve várias outras namoradas. Sua última esposa, Matilde, foi responsável por desencadear novos e lindos poemas de amor.Visitar as casas de Neruda no país que ele nasceu e amou traz o poeta muito próximo aos seus fãs. Elas são testemunhas de como o poeta devia ser uma pessoa especial.
Neruda morreu em 1973, logo após o golpe militar liderado por Pinochet. Apesar de estar com câncer, sua morte ainda é motivo de discussões pois muitos acham que ele pode ter sido envenenado. Um mês após nossa visita a Isla Negra, seu corpo foi exumado e será estudado para esclarecer sua causa mortis.
Bom, essa foi uma pequena biografia do Neruda. Para conhece-lo melhor, sugiro ler alguns de seus poemas. As odes são uma boa maneira de iniciar além dos poemas de amor, simplesmente divinos. As casas onde ele morou também ajudam a compreender mais desse grande poeta.  E também existe um bom filme “O carteiro e o poeta”.

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