Todo cuidado é pouco |
Como estava
no nosso plano visitar as ruinas de Chachapoyas no Peru, resolvemos pegar a
estrada mais curta entre Equador e este país. De onde saimos (Vilcabamba) o
mais lógico e rápido é percorrer a estrada sentido Zumba e cruzar a fronteira
em La Balsa. Como a infomação que tinhamos no Lonely Planet é que a condição da
estrada varia de acordo com a época do ano, resolvemos nos infomar para saber
se pegávamos essa pequena estrada ou dávamos a volta por Loja e cruzavamos pela
Pan Americana. As duas fontes que tivemos (uma delas um funcionário do quiosque
de informação turística) nos disseram que estavam arrumando um trecho e que
isso fechava a estrada por algumas horas mas que apesar disso, a estrada era
linda, valia a pena e que era melhor pegar essa estrada vicinal. Em nenhum
momento, perquntaram que carro tinhamos.
Seguindo
essa recomendação, acordamos cedo e seguimos adiante. Não recomendamos realizar
esse trecho para nenhum viajante.A estrada
está sendo construída, ou seja, passamos por trechos intransitáveis. Além
disso, chuva e neblina complicaram muito mais essa delicada situação. Dividimos
o espaço com tratores, caminhões de minério e retroescavadeiras gigantes. O
Jumbo nunca pareceu tão pequeno. Carro pequeno, esquece. Nem pense em passar.
Nós acabamos passando mas só Deus sabe a que custo (para o carro e para nós
mesmos). Quase atolamos várias vezes sempre que passavamos pelos trabalhadores
todos balançavam a cabeça querendo dizer: o que esses malucos estão fazendo
aqui? No final percorremos de Vilcabamba até Jaen, nossa primeira cidade no
Peru, 280 km em 12 horas.
Barro, muito barro |
Na fronteira, a saída do Equador foi tranquila.
Apenas estampamos nosso passaporte e entregamos a importação temporária do
carro. Do lado do Peru, o oficial da imigração estava em seu horário de almoço
de 2 horas (isso não existe oficialmente) e tivemos que esperar o fim de sua
siesta para ganhar nossas estampas. Com
o carro foi tranquila a emissão da importação temporária. O único grande
porém foi que não conseguimos fazer o SOAT obrigatório e exigido pelas muitas
paradas na estrada porque não tinha oficina na fronteira nem em San Ignacio, a
cidade mais próxima. Rezamos e seguimos para Jaen, uma cidade maior onde depois
de muito insistir conseguimos nosso seguro somente no dia seguinte, pagando
mais que o dobro do que em outras fronteiras.
Super fronteira saindo de Zumba |
Não
gostamos de Jaen, uma cidade que parece incabada. Uma trânsito louco de tuc-
tucs, gente e bichos. A alternativa foi se juntar a eles e pegamos um tuc-tuc
para jantar num restaurante chinês ou Chifa, como chamam no Peru.
Tuc tucs |
Chegando em
Jaen, um fato marcou. Um policial nos parou e antes que pedisse o SOAT (que
ainda não tinhamos), o Mauro perguntou se ele conhecia um hotel com garagem em
Jaen para passarmos a noite. Não é que o policial nos escoltou até o hotel e
esqueceu do SOAT? Uma graça esse policial, mereceu uma velinha acesa na próxima
igreja.
Shoyo? Molho inglês? Não, café! |
Além do
seguro no dia seguinte, provamos o pior café do mundo. O jeito tradicional de
tomar café no Peru é misturar um concentrado de café frio que fica na mesa (num
primeiro momento achei que fosse shoyo) com água quente. E dá-lhe açúcar para
esconder o sabor. Quando chegou na mesa a água quente, o Mauro chamou o garçom
e perguntou: cadê o café? O garçom mostrou aquele concentrado que deve dormir
nas mesas, dai entendemos o que ele queria dizer. Depois ele nos perguntou se
tinhamos gostado, eu nem tive coragem de experimentar mas não tivemos coragem
de dizer que aquilo era horroroso. Apenas explicamos que no Brasil era muito
diferente o jeito de se preparar café e saimos sabendo o que não pedir.
Jaen valeu
para uma coisa. Um senhor muito simpático nos disse para irmos para Chiclayo e
visitar o museu do Senhor de Sipan. Nunca tinhamos ouvido falar mas seguimos
sua recomendação e foi o melhor museu arqueológico que visitamos até o momento.
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