Chegamos! |
USHUAIA, finalmente, nosso
destino sul da viagem.
Essa cidade argentina
que dizem ser a mais austral do mundo (posição disputada porque Porto Williams, do lado
chileno fica um pouco mais ao sul), era nosso objetivo sul a ser
atingido de carro. E podemos dizer: Yes baby, we did it!
Ushuaia fica numa ilha,
a Tierra del Fuego. Para chegar nela, temos que atravessar o Estreito de
Magalhães. É, aquele mesmo que a gente aprende na escola e fica tão, tão
distante, onde o vento faz a curva. Parece coisa de aventureiro!!!
Pinguins de Magalhães no canal de Magalhães |
Pra quem está vindo de
carro, a Terra do Fogo continua com as mesmas características da patagônia:
grandes espaços abertos e amarelados, muito vento, os mesmos animais (na verdade, sentimos
falta dos ñandus, não vimos nenhum por lá). Cidades (cidades?) minúsculas e pouca
densidade humana. Compensada na densidade de ovelhas, a perder de vista. O que
esperar de um lugar assim?
Jumbo na orla de Ushuaia |
A presença da
natureza, algo que ainda parece intocado. Sentir-se parte daquilo e não
superior aquilo. Uma tranquilidade enorme. Sensações parecidas com a que tivemos
no Alaska.
A lenga vestida de outono |
Bom, impossível chegar
e ir embora. Depois de tantos meses rodando de carro, decidimos descansar um
pouco em Ushuaia e apreciar toda a beleza do canal de Beagle. Sabemos que essa
paisagem é única e vai demorar muito tempo para vê-la novamente.
Beagle |
Passeios mesmo,
fizemos poucos. Existe um famoso tour de barco para se avistar animais mas acabamos
passando a oportunidade.
Visitamos o Parque
Nacional Tierra del Fuego, onde acaba a estrada Ruta 3. O parque conta com trilhas
pelos bosques de lenga e guindo. Importante ressaltar: a geografia da área de
Ushuaia é bem diferente da planície interminável na Patagônia e no resto da ilha. Para se chegar à
cidade, temos que cruzar uma cadeia de montanhas e com isso a região tem mais
árvores e menos vento do que nas outras partes.
O parque é bonito mas
nada muito diferente das montanhas da estrada. É mais um marco, tirar uma foto na
placa indicando o fim da estrada é bem legal!
Distante do Alaska |
Também subimos num
mirante da cidade para o Beagle caminhando montanha acima do camping onde
ficamos. Um bom esforço benefício.
Existe ainda o glaciar
Martial, que pode-se chegar caminhando. A moça da informações turísticas não se
empolgou muito ao descrever o passeio, disse que o glaciar é bem pequeno mas a
vista é incrível. Pois bem, ficamos com a vista do mirante do camping mesmo, que
é a mesma, só mais baixa.
Vista privilegiada do mirante |
Agora, lindo, lindo,
lindo é que estávamos no outono a estação do ano que pinta as árvores das mais
belas cores. Amarelo, vermelho, laranja, marom e verde, todas essas cores
víamos juntas nas lengas. Natureza vestida de outono para nos receber.
Serrinha para se chegar a Ushuaia |
Estava frio. Pegamos zero graus todas as noites. Mas nós estamos preparados. Temos roupas térmicas e
nosso aquecedorzinho elétrico para garantir nosso conforto.
Aproveitamos bastante
para comer frutos do mar na única cidade argentina onde a carne não era
sensação. Comemos muito peixe, destaque para a merluza negra, da região. E
também as gigantes e suculentas centollas. Hummm.
Ushuaia missão
cumprida. Agora é só reunir coragem para voltar já as estradas do sul são
monótonas demais. Ô dureza!
Árvores no meio do estepe causam muita emoção |
Mas a Terra do Fogo
não é só Ushuaia. Um dos melhores passeios que fizemos na viagem foi a
observação de pinguins rei na Bahia inútil do lado chileno. Descobrimos esse
programa absolutamente sem querer enquanto pesquisávamos sobre os pinguins de
Magalhães na Seno Otway. Chateados que os pinguins já tinham deixado a
pinguineira, encontramos essa informação na internet, meio perdida e foi um
verdadeiro achado!
Esse é o canal por onde os pinguins chegam a Bahia Inutil |
Confirmamos a
informação na aduana chilena e foi o incentivo necessário para enfrentar mais
quilômetros de estradas de ripio no meio do nada para ver os tais pinguins. E
recomendamos para todos que estejam fazendo essa viagem. É demais!
O filhote peludinho está bem no meio |
Talvez você não esteja
entendendo nosso auê diante desses pinguins, vou explicar melhor: esses animais
têm como principal habitat a Antártida e se instalaram na Bahia Inútil um grupo
de aproximadamente 30 pinguins há três anos. Ou seja, é recente que os pinguins
estão nesse local. E é o único grupo deles na América. Por isso a pouca divulgação!
A senhora que nos
atendeu nos explicou que o local ainda não pode ser considerado uma colônia,
para isso eles precisam de três gerações de filhotes. E eles estão na primeira!
Bom, demos uma sorte
enorme. Primeiro que encontramos o local. Segundo, que nos deixaram entrar
apesar do parque estar “fechado” naquele dia da semana (segunda-feira). E
terceiro que foram super simpáticos com a gente, nos mostraram até onde
podíamos andar para observar os pinguins e foram embora, nos deixaram a chave e
tudo!
Dormimos na porta do
parque, ouvindo o barulhinho deles. Diz se não é fantástico!
Os pinguins vivem numa
ilhazinha perto da estrada e saem por um canal algumas milhas adentro no mar
para caçar pequenos peixes mas principalmente, lulas e outros moluscos. Ficamos
encantados com eles e mais ainda, de poder admirá-los em seu habitat natural.
Segundo registros,
havia uma colônia dessa espécie de pinguim na época da colonização. Mas eles
abandonaram o local provavelmente com o ataque dos homens. Hoje, eles estão
retornando.
Foi demais!!! |
Informações úteis:
- Parque Pinguino Rey: Bahia Inútil, Tierra del Fuego - Chile; Ruta Y-85 Km 14 . Custa 12.000 pesos chilenos por pessoa. É recomendável usar roupas corta vento e quentes. Se tiver um binóculo, ajuda. Segundas feiras está fechado. Maiores informações no site www.pinguinorey.com
Nossa placa no Camping Hain |
- Como eu disse, a Terra do Fogo está dividida entre Chile e Argentina. Tem fronteira e aduana para fazer que são centralizadas e tranquilas, já que brasileiros com carro do Brasil precisam apresentar apenas o RG ou passaporte e documento do carro.
- Retornando de Ushuaia, paramos uma noite na cidade de Tolhuin, num camping cheio de arte em frente ao lago Fagnano (Camping Hain). Os viajantes são convidados a deixarem sua marca confeccionando uma placa reutilizando materiais. Nós fizemos a nossa! Quando você for lá, dá uma olhadinha!
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