Machu Picchu é um
ícone e povoa o imaginário quase todos os turistas e viajantes do mundo. Por
quê? Além do forte marqueting realizado, Machu Picchu tem seu mistério.
Localizada no topo de uma montanha, muito escondida entre outras montanhas mais
altas, não se encontraram respostas de porque os incas construíram um cidade
num lugar tão afastado. E por esse mistério e várias hipóteses, Machu Picchu
continua atraindo milhares de visitantes todos os dias. Apesar de ser uma
atração bem cara.
Também sentimos uma
energia muito boa, algo comparado com outros lugares que visitamos como
Palenque no México e Tikal na Guatemala. Uma energia que se esvai assim que o
sol esquenta e as hordas de turistas chegam dos trens, por volta das 10 da
manhã. Quer um lugar mais exclusivo e com mais energia, chegue cedo (o parque
abre as 6:00).
Primeiros raios do sol |
Nos enganamos achando
que o sítio era pequeno. Na verdade, é grande e tem bastante sobe e desce.
Prepare suas pernas porque vale a pena conhecer cada canto de Machu Picchu. Além
das ruínas serem lindas são intrigantes, afinal de contas algumas construções
possuem um corte de pedra preciso e reto.
Construções precisas |
De todos os lugares
que visitamos, o que mais nos chamou a atenção foi o Intiwatana, que é o cume
da montanha esculpido. Acredita-se que esse ponto era utilizado para marcar as
estações do ano. Muito importante para os incas, povo com grande perfil
agrícola, saber quando é época de colher e de plantar. A energia nesse ponto é
fantástica!
Intiwatana |
Agora muito cuidado ao
contratar guias. Existem lugares que contratar um guia enriquece seu
conhecimento. Por exemplo, em Copan, os guias conhecem os glifos e sabem o que
eles representam. Fazendo sozinho, você perde essas informações. Em Machu
Picchu ao contrário. Conhecemos um arqueólogo que nos afirmou que 70% do que os
guias falam são invencionices para encher linguiça e valorizar a importância
histórica do lugar. O melhor é contratar um bom guia talvez em Lima ou ler um
pouco sobre o lugar antes de visitar. Na verdade, a importância histórica de
Machu Picchu em comparação com outras ruínas maias, astecas e mochicas é
minúscula. Isso porque, repito, não se encontraram objetos relevantes que
contassem a história desse local. Tudo são suposições: fortaleza, templo
religioso, lugar de sacrifícios... nada indica com certeza a finalidade dessas
ruínas.
Mas uma coisa é certa:
a energia do local é muito grande. E valeu o esforço para sentir as vibrações
desse lugar tão mágico e misterioso.
Mas não sei se valeu o
preço. É muito caro! Somente as ruínas (sem Waynapicchu) custam 128 soles. Mais
o ônibus até a entrada, 24 soles. Isso sem contar o trem super caro que parte
de Cusco (cerca de U$170). Ou a gasolina para chegar até Santa Teresa, num
caminho alternativo.
Comparamos com o preço
de outras atrações mundialmente famosas e disputadas como Coliseo, Torre Eiffel e Pompeia e Machu Picchu é mais
cara que todas elas (em média essas atrações do velho continente custam 12 euros, enquanto somente a entrada em Machu Picchu custa 38 euros.
Um caminho alternativo
Com carro e tempo,
resolvemos realizar um caminho alternativo, que não é nenhuma novidade mas é
pouco divulgado. Partimos de Cusco em direção ao Vale Sagrado. Chegando em Ollantaytambo,
seguimos a estrada em direção a Santa Maria. A estrada é linda, passa por vales
e serras, tem inúmeras cachoeiras e vistas panorâmicas para lindas e altas
montanhas com neve. O passo é a mais de 4200 metros. Depois de Santa Maria,
pegamos a estrada até Santa Teresa. A estrada é bem perigosa, de terra, muito
estreita e contornando abismos. Todo cuidado é pouco principalmente quando
divide-se a a estrada com motoristas imprudentes.
Santa Teresa é uma
cidade minúscula. Para ter ideia, não conseguimos comprar carne para cozinhar
no camping. Santa Teresa também é “famosa”por ser o ponto final do trem que
parte de Cusco e vai para Machu Picchu. Além disso, uma hidrelétrica enorme
tem base perto da cidade.
O trem ou o caminho a
pé para Machu Picchu inicia dessa hidrelétrica. Você tem que dar um jeito de
chegar até lá: pode ser de coletivo que parte do centro da cidade, de carona
paga numa das vans que está levando turistas ou a pé. Não recomendamos a pé
pois o caminho é longo e feio. Economize suas pernas para outros trechos.
Na hidrelétrica, você
pode comprar o trecho de trem para Machu Picchu (horários e valores no final
do post) ou ir caminhando seguindo o trilho do trem até Aguas Calientes, a
cidade-base para conhecer Machu Picchu. Nós fomos caminhando ida e volta, a
ida é uma subida leve e constante (o trilho do trem acompanha um rio que está
descendo até Santa Teresa), demoramos três horas. A volta fizemos em duas horas
e meia. O caminho é ok, nada de outro mundo. No começo, ficamos com receio de
estarmos no caminho errado mas qual nada, encontramos muita gente voltando ou
indo a pé.
A parte mais bonita é
o finalzinho do caminho, de onde é possível enxergar os terraços agrícolas de
Machu Picchu. Um “esquenta”para o próximo dia.
Lá de Machu Picchu
pudemos avistar a hidrelétrica. Olhando de cima, parecia tão perto...
Bom, chegando em Aguas
Calientes, procure um hotel para ficar. Encontramos um com água quente a um bom
preço e comemos na parte mais barata da cidade, perto do campo de futebol.
Importante: em Aguas
Calientes, passe num quiosque de informação ao turista para pegar uma mapa da
cidade e de Macchu Picchu. Além disso, o ideal é comprar a entrada para as
ruínas um dia antes, lá no centrinho mesmo. Pagamento somente em dinheiro. O
ingresso é válido apenas para o dia seguinte e é pessoal e intransferível (leve
RG ou passaporte).
De Aguas Calientes até
as ruínas são 8km de subida íngreme. Não recomendamos fazer a pé. Machu Picchu
fica 400 metros acima de Aguas Calientes. A única outra opção de transporte é o
ônibus, que também pode ser comprado no dia anterior, ida e volta ou somente
ida. Se estiver muito cansado, é possível comprar a volta na saída das ruínas.
Nós fomos de manhã bem
cedo, já com as mochilas, no ônibus das 6, chegamos em Machu Picchu as 6:30 e
tivemos que esperar o sol nascer mais uns 20 minutos. Existe uma guarda volumes
onde pode-se deixar as mochilas. Está escrito que não pode levar água em
garrafa nem nada para comer. Balela. Todo mundo estava com sua aguinha, seu
pacotinho de bolacha e seu sanduichinho. Prepare alguma coisa um dia antes,
principalmente água. Dentro das ruínas não se vende nada e tem poucas sombras.
E imprescindível: chapéu e protetor solar. Saiba que terá que carregar seu
lixinho de volta: não existem lixeiras dentro do sítio. Nem banheiro.
Descemos a pé e até o
caminho da nossa trilha de volta foram 1:15 descendo. Chegando a hidrelétrica,
conseguimos um táxi que nos levou de volta ao centro de Santa Teresa. Acampamos
no ótimo Cola de Mono, famoso pela sua tirolesa. Depois de descansar um pouco,
fomos com nosso carro até as melhores termas da viagem, Cocalmayo (S 5). Funcionam
24 horas e são deliciosamente relaxante, principalmente depois do tantão que
você andou nos últimos dias.
Atenção: essa não é a
trilha inca. A trilha inca demora em média 4 dias e inicia em Ollantaytambo.
Essa é uma alternativa para quem tem tempo e disposição demais e dinheiro de
menos.
Se você pretende fazer
o caminho tradicional que é pegar o trem, considere dormir uma noite em Aguas
Calientes. Machu Picchu aos primeiros raios do sol é espetacular!
Seguem os valores e
horários do trem partindo de Santa Teresa para Aguas Calientes:
Hidrelétrica/Aguas
Calientes: U$ 18. Horários: 7:54, 15:00 e 16:35
Aguas
Calientes/Hidrelétrica: U$ 18. Horários: 6:44, 12:35 e 13:30.
A viagem dura em média
1 hora por trecho.
Valores do trem partindo
de outras cidades para Aguas Calientes:
Cusco: U$ 85/ 4
horas
Ollantaytambo: U$
60/ 2 horas
Urubamba: U$ 73/3
horas
* Preços por trecho
Primeiramente PARABÉNS !!! Amei esse relato pois só encontro as pessoas falando da caminhada da hidrelétrica, e vc mencionou que tem um trem por 18 dólares... Estou indo com meu pai, ele já tem quase 60 anos... estava pensando em pegar esse trem q parte da Hidrelétrica até Águas Calientes, vc saberia dizer onde compra as passagens pra ele ? Obrigada
ResponderExcluirOi Lu. A passagem é comprada diretamente na bilheteria do trem. Acredito não ser necessário reservar porque poucas pessoas vão até Aguas Calientes. Bom programa com seu pai! Você vão adorar!!!
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