La Paz nos causou uma
baita impressão à primeira vista. Chegando da estrada, demos de cara com um
vale com o maior adensamento populacional que já vimos. O susto também foi
enorme. Afinal de contas, olhando aquele mundo de casas e gente, a vontade de cruza-la
de carro vai ao dedo do pé. Mas como São Jorge, enfrentamos nosso dragão e
descemos a montanha de peito aberto, prontos para enfrentar um trânsito que se
mostrou muito mais tranquilo do que esperávamos.
Todo mundo bem amontoadinho! |
Fomos direto ao
camping Oberland, do outro lado do vale, num bairro chamado Massala. O camping
foi ótimo, com boa estrutura, cumprindo o que prometia. O dono, suíço, criou
uma ilha de conveniência para os viajantes que conta com hotel, restaurante e
café. Por isso, todos os overlands param nesse camping. Acabamos jantando duas
vezes no restaurante do hotel e recomendamos. Foi lá que experimentamos o
quinoto, um risotto com quinua. Riquíssimo!
Pertinho do camping
ficava o Vale da Lua (Bs 15), um parque criado para visitar um pedaço da
Cordilhera Real onde a erosão consumiu o topo da montanha, criando formas
diferentes. O passeio é bem tranquilo, dá para fazer em uma hora.
Valle de la Luna |
Passeamos também pelo
centro, o qual visitamos de ônibus. Passamos pela Igreja San Francisco e ali
pertinho, na rua Sagarnaga se encontram um monte de lojas de souvenirs.
Entretanto o mais bacana dessa área é o Mercado de Bruxaria, lojas que vendem
uma porção de coisas para fazer “trabalhos”. Inclusive muitos fetos de lhama
desidratados, além de fósseis que nada tem a ver com bruxaria mas deve ser
ilegal vender pois nos ofereciam bem na surdina. Como contamos no post do Lago
Titicaca, os bolivianos tem muito da cultura do xamã e essas lojas apenas
ilustram a fé desse povo.
Igreja de San Francisco |
Comércio boliviano tem bons preços |
Partimos de La Paz em
direção a Sucre. Resolvemos ir direto para Sucre e não ficar enrolando em
outras cidades querendo fugir do carnaval, que os bolivianos comemoram
fortemente. A cidade é totalmente diferente de todas as outras cidades pelas
quais passamos na Bolivia pois é de estilo colonial, com prédios branquinhos e
super bem preservada.
A cidade é linda e
conta com cafés, restaurantes, supermercados e lavanderias, ou seja, o paraíso
de viajantes! Infelizmente, era carnaval e todos os museus estavam fechados e
ficamos flanando apenas pelo centro.
Floreiras em postes? Sim, estamos na Bolivia |
Veja bem, flanando
numas, afinal de contas a principal brincadeira do carnaval é jogar bambucha
com água nos transeuntes, seja você local ou turista, você é um alvo em
potencial. Portanto, flanamos sempre atentos para evitar a molhadeira pois
estava frio (cerca de 15 graus durante a hora quente do dia) e não temos tanta
roupa assim. Mas a galera, principalmente a molecada se divertia. O negócio é
profissional nessa história de bambucha, tem até ambulante vendendo um saquinho
de supemercado cheio de bambuchas cheias, prontas para serem usadas como
munição.
Olha ai uma das responsáveis pela molhadeira generalizada |
Também vimos como
acontecem os blocos de rua durante o carnaval. É assim: você contrata uma banda
junto com seus amigos e saem desfilando pelas ruas principais da cidade,
geralmente com fantasias iguais. E a banda vai tocando atrás. E o pessoal que
contratou a banda vai na frente dançando, pulando, jogando serpentina,
bambucha, se divertindo. Nos pareceu o Brasil de anos atrás. Mas claro, nossas
marchinhas carnavalescas são infinitamente melhores...
Sucre |