Duas frases saíram
completamente do meu vocabulário nos últimos nove meses: não tenho roupa e com
que roupa que eu vou. Morando num carro, em menos de 5 m², pouco espaço temos para
roupas. Hoje percebemos que a roupa serve realmente para cobrir o corpo e
principalmente, para se aquecer.
Portanto, temos
pouquíssimo espaço para elas no Jumbo. Trouxemos de casa roupas de trekking,
uma calça jeans para cada um, algumas camisetas de algodão ou dry fit, casacos
fleece e impermeáveis, luvas, cachecóis, meias e segundas peles. Nosso maleiro
é uma piada, perto do armário de Santos. E olha que o armário de casa nem é tão
grande assim.
Sapato então...tenho
uma bota de trekking, impermeável e por isso, maravilhosa, um tênis preto e um
tênis para trekking que tá meio capenga e um chinelo. Duas sandálias que trouxe
de casa, não aguentaram o tranco, quebraram e viraram lixo com menos de dois
meses de viagem. Com poucas opções, as decisões ficam mais rápidas e simples:
tá chovendo? Bota! Passear na cidade? Tênis! Andar pelo camping? Chinelo!
Hora de comprar outra. |
Com tão poucas roupas,
o negócio é lavá-las com frequência. No Brasil, a lavagem de roupas era
complicada, no tanque dos campings mesmo. Lembro-me de ficar bem uma hora e
meia lavando, torcendo e estendendo as roupas no varal (e torcendo para que não
chovesse; e que ventasse muito, para poderem secar depressa). Também desenvolvi
uma técnica para lavar roupa dentro do quarto de hotel. Mais que lavar,
improvisar um varal é a parte mais animada. No Brasil, Venezuela e Colômbia,
existem algumas lavanderias que funcionam a quilo, o que é mais vantajoso em
termos de preço. Mas tem que procurar.
Saudades de uma máquina de lavar roupa... |
O paraíso para a lavagem de roupas está aqui nos EUA. Os caras são práticos e em
todas as cidades existe pelo menos uma laundromat, que são as lavanderias que
funcionam com moedas de 25 centavos (os valiosos quarters). Compramos um sabão
líquido em sachê (a última moda por aqui e extremamente prático para quem está viajando ou lava as roupas com frequência no laundromat) e em uma hora e meia, roupas lavadas e secas voltam ao
maleiro. Às vezes, nem tempo para voltar para o maleiro tem, voltam é direto
para o corpo! Esfregar? Tirar manchas? Que nada! Enfia tudo na máquina e
esquece! Quarar no sol, não existe! O tempo é precioso, quanto menos tempo as
roupas tomarem, mais tempo para fazer outra coisa. Agora, o tecido das malhas
brasileiras não estão preparados para esse processo de lavagem e quando em vez, acontece de encolher ou manchar alguma peça. É o preço da facilidade.
Acho que o pesadelo
será quando sairmos daqui. Voltar pro tanque, depois de ter experimentado o bem
bom, não será fácil não!
O povo vê as pingas que eu tomo mas não vê os tombos que eu levo! |
Meu Deus!! Adorei o desempenho com as roupas!!!
ResponderExcluirSinceramente, preferia ignorar essa minha habilidade! Bjos
ResponderExcluirEssa frase é para repassar, rsrs: "O povo vê as pingas que eu tomo mas não vê os tombos que eu levo!"
ResponderExcluirE não é isso mesmo? O pessoal pensa que é moleza tirar um monte de fotos bonitas, pensa que estamos no bem-bom mas não vê todos os perrengues por qual passamos!
ExcluirUm abraço!