Fomos para a Amazônia em janeiro de 2008. O Mauro já havia estado lá com as irmãs uns três anos atrás, mas ele topou ir comigo. Fomos de milhagem, pois a passagem aérea para lá é muito cara.
A Amazônia é outro mundo! Não parece quase nada com o sul/sudeste do Brasil, mais explorado e conhecido por nós, santistas.
O clima é diferente, a constituição das pessoas é diferente, os animais, frutas e vegetação são diferentes... Soma-se a isso tudo a grande distância geográfica entre São Paulo e Manaus e pronto: Amazônia pode ser considerada um destino internacional!
A experiência do Mauro foi bem interessante. Por ter ido para lá duas vezes em épocas distintas, ele vivenciou a a cheia e a vazante. E esse detalhe faz toda diferença. Fica uma fórmula mais ou menos assim: cheia=avistar menos animais; vazante= ver muitos animais.
Eu fui na cheia e passear de barco pelos rios observando que o nível atinge quase a altura das copas das árvores ( e elas não morrem afogadas!) foi uma experiência incrível. Mas vi pouca fauna.
Na Amazônia os programas mais legais estão na selva. Pesca de piranhas, focagem de jacaré, alimentação de botos, trilhas e deslocamentos feitos por barcos fazem a gente se sentir mais próximo da natureza. Fora que são passeios regionais, você não encontra em outros destinos essas propostas.
Nos percursos em barco, no rio Negro, não há mosquitos. Mas nas trilhas pela floresta, vista-se adequadamente, pois fomos picados até na cabeça! Isso que eu estava com blusa e calça compridas (siiimmm, no calor de uns 35°!).
Desses programas, o que mais “causou” foi a focagem do jacaré. Estávamos hospedados em um hotel nas anavilhanas e na noite da focagem, saímos por volta das 21:00, num barquinho, com mais quatro pessoas, no meio da floresta amazônica, sem celular. O barqueiro se embrenha pelas nas ilhotas, todas IGUAIS, gira, dá voltas e a pergunta “Vocês tem bússula, certo”. Não, lógico que não. Prá quê? Cabloco tem bússula interna! Rodamos por hora e meia e nada de jacaré. E eu, “paciência, já vi jacaré no zoológico, vamos voltar”. Nããão, mais um pouquinho... e o barqueiro se enfia no meio dos galhos das árvores, para ver se encontra um jacaré escondido. E os galhos batendo no barco, a gente tirando os galhos do meio do caminho no escuro e a ideia: já pensou se a gente CAI do barco? Se tem uma cobra no meio desses galhos todos? Afinal, isso é uma floresta... “Então guia, beleza, queria ver o jacaré, mas ele não quer me ver, vambora daqui...” No caminho de volta, o barqueiro encontra um par de olhos brilhantes. Era um jacaré, que estava no meio de outros galhos. Lá vamos nós, no silêncio e escuro. O guia valente que só, pimba! Pegou o jacaré, que era pequenino, amarrou a bocarra e ficou segurando ele, dentro do barco. E o Mauro “Vai lá, tira uma foto com o jacaré!” “Tô bem aqui.” Todos insistiram, afinal deu trabalho encontrar o tal. Concluindo, o mais perto que consegui chegar foi isso.
A Amazônia é um programa bem legal. E caso você queira ir, tome muito sorvete de taperebá, coma tucumã com queijo, experimente o peixe tucunaré em postas. E na bagagem, além de lindas recordações, fotos e palavras de raiz indígenas, volte tendo vivenciado experiências que ficarão para sempre na sua memória.
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