quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

El Chaltén

   Após Punta Arenas, fizemos paradas estratégicas em Puerto Natales e El Calafate (tudo de ônibus) e seguimos em direção a El Chaltén. De El Calafate contratamos um tipo de excursão que incluía ônibus ida e volta de Chaltén e hospedagem no Hostel Rancho Grande, onde passaríamos 4 noites em quarto compartilhado.
            A caminho de Chaltén a ansiedade tomou conta de mim: que tipo de lugar estaria nos esperando? Mas o medo passou assim que chegamos e fomos recebidos por hostess jovens e simpáticos que explicaram tudo direitinho pra gente. O hostel estava lotado, jovens pra todos os lados, sentados juntos em grandes mesas, contando suas aventuras nas montanhas de Chaltén. Pessoas de todas as partes do mundo, compartilhando informações.
De imediato, adoramos o lugar e soubemos que teríamos uma estadia feliz.
            Nosso primeiro dia de caminhada não foi muito bem planejado. Foi o dia do “mas” Acordamos cedo mas saímos tarde. Tínhamos programado fazer uma trilha rápida e light mas nos empolgamos com o dia maravilhoso que fazia e com as paisagens e, bem,  acabamos andando mais de 26 km, com muitas subidas, em 10 horas e meia. 
             Compramos um mapa de caminhadas e fizemos todas as trilhas sozinhos. Nesse primeiro dia, fomos até o Glaciar Piedras Blancas, num caminho sem muitas dificuldades e extremamente lindo.
            Perturbados com a paisagem, fomos envolvidos por outros trilheiros que encontramos voltando da laguna de los 3. “Ah, voces precisam ir até lá! É lindo!” E lá fomos nós, seguindo essas recomendações. Mas sabe aquela trilha que você vê ao longe e pensa “puxa, coitados desses caras!”, então era essa.
            Na subida, muita pedra, muita areia e muito sol. É extremamente desgastante subir montanhas nessas condições e vou te dizer, o que me fez continuar foi avistar um casal de meia idade descendo a trilha. Meu, se eles conseguem, é lógico, vou conseguir também!
            O glaciar De Los Três é lindo, a vista é deslumbrante (mais de 600 metros de desnível), tem lago e neve! Novamente digo, valeu a pena o esforço.
            Para o segundo dia, combinamos fazer algo leve de verdade e fomos de van até o Lago del Desierto. Foi um dia diferente, com almoço e jantar preparados e não apenas com barrinhas de cereais e carboidrato em gel (leve-os: você vai precisar!).
       Nosso terceiro dia caminhada começou com tempo encoberto e cara de chuva. Não desistimos do trekking e fizemos o glaciar Torre e a lagoa Capri.
            A trilha para o glaciar é bem movimentada, um indício que o caminho não seria muito difícil. Se não fosse uma mudança brusca do clima quando estávamos chegando perto, com ventos muito fortes. Por causa disso, resolvemos sair de lá rapidinho para continuar nossas caminhadas.
Passando pelas lagunas Madre, Hija e Nieta, resolvemos fazer uma merecida pausa para descansar e admirar o lugar. Estava muito agradável nossa prainha, embora não tive coragem de nadar nas águas de laguna nenhuma, igual ao que presenciamos de hermanos chilenos, com direito a tchibum e tudo.
            Seguindo adiante, resolvemos fazer um “cut” e tentar encontrar um trilha não muito marcada até a Laguna Capri. Ficamos rodando por muito tempo e não conseguimos encontrar a tal trilha que nosso mapa mostrava. Nesses perdidos encontramos um outro tipo de marca no chão. Uma pegada aparentando estar fresca de ...pumas! Provavelmente uma mãe com filhotes pois havia patonas e patinhas. Assustamos com esse encontro inesperado e resolvemos que não gostaríamos de encontrar nenhum puma, por menor que fosse, em seu habitat natural. Dessa forma, voltamos pra trilha principal e retornamos para o hostel.
Na nossa última noite na patagônia, resolvemos provar o famoso cordeiro patagônico, celebrando o fim dos trekkings.
         Nossa avaliação da viagem: perfeita! Não choveu forte durante as trilhas (pegamos algumas gotinhas aqui e ali); não houve nenhuma contusão grave; apesar de algumas angústias geradas pela logística dos deslocamentos, não perdemos ônibus ou vôos para as cidades visitadas; sempre encontramos um albergue para pernoitar (mesmo sujinhos) e conseguimos realizar todos os passeios que planejamos.
Melhor que isso! Só voltando!!!!

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