segunda-feira, 23 de abril de 2012

Impressões do Alasca

Sei que muita gente está curiosa em saber quais as impressões que estamos tendo do Alasca. Essa terra gelada tem nos surpreendido um bocado.

Que lugar lindo!

Chegamos aqui na metade de abril. Quase um mês de primavera. Mas a primavera aqui está sendo bem diferente da nossa expectativa. Muita neve, muito frio e nenhum urso. Pelo menos por enquanto. Além disso, a temporada se inicia no final de maio e vai até setembro. Isso significa campings, centros de visitantes e alguns restaurantes fechados e muitos passeios impossíveis de serem feitos, com tanta neve pelas trilhas.

Atrás dessa neve toda existe um camping

Nossa opção em vir nessa época do ano foi para tentar encontrar a aurora boreal. Não foi tão fácil, mas conseguimos avistá-la da estrada, a caminho de Fairbanks, de madraguda. Foi emocionante ver a dança de luz no céu, mesmo com baixa intensidade. Para quem mora aqui, ver auroras não é nada de outro mundo.

O universo nos presenteou com show de luzes

Comprovamos isso no dia da nossa visita a escola elementary de Valdez. Os desenhos das crianças eram precisos: ao invés do sol, lindas auroras enfeitavam o desenho da molecada. Sábio Vygotsky ao constatar a influência do meio no aprendizado. 

Desenho dos alunos

Por sinal, essa experiência na escola foi encantandora. O convite surgiu num supermercado em Valdez, da professora de música da Elementary School, Leslie. Pediu que fossemos a escola ensinar alguma música infantil brasileira para a criançada. No final, não ensinamos música alguma, pois as crianças se animaram com o carro e com nossa aventura, fazendo mil perguntas. Do tipo por que saimos de nossa cidade com areia para ir até o Alasca, como construimos o carro, quantas escolas existem na nossa cidade e se as crianças precisam usar uniforme! Para o Mauro foi ótimo encontrar ouvintes tão curiosos e para mim, foi um jeito de matar saudades da energia boa que as crianças passam quando descobrem algo novo.

Aula de geografia

Mais ou menos a mesma energia que estamos sentindo em estar aqui, nessa terra gelada. Aqui é muito mais bonito do que imaginávamos. Sempre no horizonte, cadeias de montanhas escarpadas e neve, muita neve. Mesmo não sendo verão, o dia já é muito longo. O sol se põe às 21:40, mas só escurece por volta da meia noite. E as 3 da madrugada, começa a clarear. Uma doideira para moradores de um país tropical!
Apesar do frio intenso, o Alasca tem uma fauna riquíssima. Mesmo nesse período quando muitos ainda estão hibernando, já avistamos carneiros, alces, caribus, águias, cisnes. Ouvimos durante a noite o uivo dos lobos e o canto das corujas.

Águia

Percebemos que a população mantém hábitos de caça e pesca, muito comuns por aqui. Alguns moradores costumam comer apenas carne de caça e pesca (alce e caribu, salmão e halibut principalmente). Aparentemente, os moradores do pólo norte vivem mais em sintonia com a natureza, vivendo do que o ambiente lhes oferece. Decobrimos que os inuites que vivem em comunidades isoladas continuam com hábitos alimentares ancestrais: dieta baseada em carnes e gorduras animais. E mesmo com essa dieta exclusivamente carnívora, eles têm bons indíces de vitamina C. Nós não estamos passando por comunidades isoladas, estamos passando pelas grandes cidades do Alasca, com supermercados, cadeias de alimentação entre outras facilidades. Foi justamente isso que chamou nossa atenção: apesar disso tudo, eles são bem menos urbanos que nós.

Cachoeira congelada

Nossa experiência gastronômica por aqui está caminhando. Já experimentamos e aprovamos o peixe sensação do Alasca, o halibut. Primo distante do linguado, é muito maior e mais fibroso. Preparamos o famoso salmão selvagem, mais vermelho, com textura mais firme e gosto muito mais acentuado que os salmões chilenos de cativeiro. Delicioso! E não aprovamos o peixe gato, experimentado num restaurante regional. No verão, parece ser comum a coleta de berries, junto com o salmão, um dos alimentos preferidos dos espertos ursos, mas por enquanto, nada delas por aqui.

Salmão selvagem

Além da caça e pesca, os locais aproveitam para se divertir com o que eles têm em mais abundância: neve. Os esportes são esquis, snowboard e snowmobile, aproveitando o que de melhor seu ambiente oferece. As pistas estão por todos os lados. Infelizmente, essa não é nossa praia.

Snowmobile

Estamos nos acostumando com essa parte gelada do planeta, tão diferente de tudo que já havíamos vivenciado. Ainda temos mais alguns dias por aqui. Sinto que apesar do frio intenso, sentiremos falta do Alasca!

Iupi!

6 comentários:

  1. Vcs tem toda a razão...o Alaska é realmente mágico e quando o deixarem eu tenho certeza que haverá um aperto no peito dos dois pois é realmente um ambiente ímpar...mas vamos lá que se tem muito a conhecer pela frente!!!

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    1. A Adriano, por enquanto vamos ficar por aqui... Sem pressa!

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  2. Pessoal bom saber que estão curtindo estas terras geladas, ainda mais admirando a aurora boreal, a coisa mais impressionante que vimos!
    Coisa boa também esta aula para as crianças!
    Abraços e boa viagem

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    1. AH, conseguiram escrever aqui! Que bom!!!!!!!
      Estamos amando o Alasca, aqui é divino!
      Um beijo, MM

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  3. O Alaska me parece incrivel, a aurora boreal acho um dos espetáculos mais bonitos da natureza, aproveitem. Abraço!

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    1. Jonathas, o Alaska é realmente incrível. Vale uma visita em qualquer época da vida!
      Um abraço

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