Fazia tempo que estávamos querendo conhecer a Chapada das Mesas. Não sei se por causa da distância ou por causa das lindas paisagens que víamos por fotos, esse destino tinha chamado nossa atenção. Localizada ao sul do Maranhão, essa chapada concentra inúmeras cachoeiras além de belas paisagens proporcionadas pelo morros que devido a erosão lembram mesas.
|
Finalmente, vimos as famosas mesas! |
Programa nessa região é que não falta. Além das cachoeiras, os amantes de 4x4 se deliciam em desafiantes trilhas por areais, os aventureiros podem fazer rapel e tirolesa (inclusive uma das maiores do Brasil, com 1200 metros de extensão), existem trekkings e começam a aparecer algumas trilhas de bike.
A cidade principal é Carolina. Simpática e acolhedora, a cidade conta com casarões e mangueiras centenárias. Ficamos hospedados em um desses casarões. Com a história da família ilustrada nas paredes e recontada com orgulho pela quarta geração de moradores, a Pousada dos Candeeiros consegue satisfazer os viajantes. Tem wifi, um café na manhã no capricho, piscina, estacionamento, ar condicionado nos quartos e uma pequena cozinha onde hóspedes podem preparar pequenos lanches.
|
A charmosa Pousada dos Candeeiros, num casarão centenário |
Um aspecto que difere bastante da Chapada Diamantina é que todas as atrações são pagas. Aquelas que ficam dentro do Parque Nacional, custam R$ 5,00 e aquelas que ficam nos complexos localizados em áreas de amortecimento (assim chamado os locais em torno do PN), custam R$ 10 por pessoa. Costumam dizer que é uma taxa ambiental. Nós entendemos que é a entrada no local, já que os atrativos ficam em propriedade privada.
|
Apreciado no rio Tocantins, o pôr de sol é gratuito |
|
Capelão |
|
Caminho para o Santuário |
As cachoeiras mais famosas e mais visitadas ficam no complexo da Pedra Caída. São elas a do Santuário, a do Capelão e a da Caverna, todas elas de fácil acesso com passarelas e rampas. Eles também oferecem tirolesas (de 400, 600 e 1200 metros) e rapel. Tanto os esportes de aventura quanto as cachoeiras são pagos a parte. Se nada disso te interessa, é possível ficar curtindo o lugar nas suas piscinas naturais. A estrutura da Pedra Caída é muito boa, com restaurante, chalés e até heliponto. Para o próximo ano, o objetivo deles é crescer ainda mais. Estão construindo novos chalés, teleférico e outro heliponto.
|
Dodô |
No sentido de volta para Carolina, fica a Cachoeira do Dodô. O caminho é por areal e é interessante ter um carro alto e traçado. A queda é pequena, mas a cachoeira é linda e com ótimo banho.
|
Encanto Azul |
No município de Riachão, a 130 km de Carolina, fica o complexo Santa Bárbara. Nele, você poderá conhecer a Cachoeira Santa Bárbara, uma linda queda dágua de 75 metros de altura e conhecer o Poço Azul, de águas cristalinas. A 7 km de muita areia dali (recomendamos fazer de 4x4) está o Encanto Azul, um poço formado por nascentes de águas transparentes e mornas. Leve óculos de mergulho para melhor apreciar os peixinhos.
A 33 km de Carolina, ficam as Cachoeiras de Itapecuru. Também conhecidas como gêmeas, ficam num organizado complexo turístico com bar, restaurante, playground e chalés para quem quiser estender sua visita. Rampas facilitam o acesso a idosos ou cadeirantes. Se quiser um pouco de paz, prefira dias de semana, quando é menos lotada de gente.
|
São bem parecidas mesmo! |
Se você quer viver uma aventura 4x4, visite as cachoeiras de São Romão e da Prata, dentro da área do Parque Nacional. As cachoeiras são pretexto para percorrer cerca de 120 km de muita areia e pedra. No percurso, passamos no meio de um vale do cerrado e ficamos cercados por várias formações interessantes, uma delas a do Dedo. O ideal é não ir sozinho. Contrate um guia ou vá com mais carros acompanhando pois não existem placas e são muitas as trilhas. Como sempre, guardamos o tracklog pra você.
|
Cachoeira da Prata |
Não perca o Portal da Chapada, localizado às margens da MA230. É possível fazê-lo sozinho e sem pagar nada. Tem uma subida íngreme com muita areia e dependendo do estado dela dá pra fazer parte do percurso de 4x4. Quando ele parar, você continua a pé, chegando a uma pedra furada na forma do mapa do Tocantins de cabeça pra baixo. De lá, pode-se avistar várias mesas (inclusive o Morrão) e ter uma idéia da imensidão desse lugar. É o lugar ideal para contemplar a Chapada das Mesas.
|
Lindo esse mirante. Não perca! |
Existem muitas outras atrações que infelizmente, não pudemos fazer por falta de tempo e por causa do clima. E olhem que ficamos 5 dias por lá! Se você gosta de natureza, não perca esse destino! A Chapada das Mesas vale muito a pena!
Dicas:
- a melhor época para se visitar a região é de julho a setembro, época sem chuvas e céu azul. Fomos em dezembro e pegamos muita chuva e tempo fechado;
- as principais formações são o Morro do Chapéu (365 metros), o Morro do Dedo e o Portal da Chapada
- existem várias agências que levam o turista até as atrações. Mas caso esteja de carro, é possível fazer quase tudo sozinho, pois praticamente todas as cachoeiras ficam em propriedades particulares, com boa estrutura.
- ir de 4x4 não é imprescindível mas dá maior autonomia
- leve sempre o trio chapéu, repelente e protetor solar
- dependendo do volume de água, é possível ficar atrás da queda da cachoeira de São Romão. Para nós, foi uma experiência fantástica!
|
Essa foto foi antes da gente se enfiar na parte de trás da cachoeira! Impactante essa de S. Romão |
- Carolina carece de bons restaurantes. Mas foi lá que conhecemos o bacuri, uma fruta típica da região. Tomamos muito suco e sorvete dela, o sabor é marcante e adocicado. Era época de bacuri, as estradas de areia estavam tomadas por frutos, que muitas vezes, ninguém coletava. Ficamos apaixonados por essa fruta tão gostosa e recomendamos que você também a experimente.
|
Bacuri, boa como sorvete, suco, mousses e até pura. |