Salvador pode ser tudo, só não é insossa. Tem um astral e um tempero que só aqui. Tem beleza, nas águas verdes transparentes, nos coqueiros, na baia e nas baianas. Tem feiúra, nas suas inúmeras e imensas favelas. Sobra simpatia nos baianos e soteropolitanos. É picante, no seu acarajé. É fedida, nas ruas, praças e mangues. Caótica no trânsito, na organização da cidade. Plural, no sincretismo religioso. Coisas que só em Salvador para ver e viver.
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Elevador Lacerda |
Tem muita coisa prá fazer aqui. Começando pelo Pelourinho. Situado na cidade alta, o jeito mais fácil para se chegar é pelo Elevador Lacerda (R$ 0,15 o trecho, por pessoa). O assedio é muito grande e chega a incomodar o tanto de gente que pede ou oferece alguma coisa. Caso não queira ser assediado a todo momento, seja firme e diga “Quero não!”. Caso sua intenção seja fazer o Pelourinho por conta própria, passe no centro de Informação ao Turista e pegue mapas gratuitos da cidade e da região (Rua das Laranjeiras, 02 telefone: (71) 3321-2133). A quantidade de ladeiras só perde para a quantidade de igrejas. Dizem que Salvador tem 365 igrejas. Não sei se é verdade mas que tem igrejas a cada esquina é fato. No Pelô, não perca a Igreja de São Francisco, em homenagem ao pobre de Deus, revestida com 1000 kg de folhas de ouro. É tanto ouro que ela cintila!Um pouco contraditória quando lembramos um pouquinho da história de São Francisco, o santo de negou a riqueza e foi viver entre os pobres, mas linda mesmo assim.
Pelourinho |
Quer comprar artigos locais? No Mercado Modelo tem, descendo do Elevador Lacerda. Mas muito mais interessantes são a Feira de São Joaquim e a do Ceasinha do Rio Vermelho, esses sim, com artigos regionais. Por regionais entenda-se além das comidas diferentes, muita coisa para trabalhos de candomblé: vudus, enxofre, fumo, escargots, ervas e temperos mil, galinha, pavão, cabra entre outros animais vivos e uma porção de coisas que não temos a menor idéia do que sejam e muito menos para que servem: você encontra no São Joaquim. Inclusive pedaços de boi – olhos, vísceras – haja estômago! Nossa intenção era comer alguma coisa por ali, mas passeando pelos seus corredores, a fome passou! Já o Ceasinha, além das bancas de flores,frutas, verduras, secos & molhados, tem vários botecos com petiscos e pratos, freqüentados pelos locais no final da tarde. Foi lá onde compramos farinha de tapioca para fazer bolinho de estudante, uma delícia que comemos por aqui.
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Entrada da Feira de São Joaquim |
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Muitos temperos e ervas |
Ug! Olhos de boi, nem imagino pra que, além de tirar o apetite |
Outro passeio imperdível é visitar a Igreja do Bonfim. Muito bonita, no alto de uma colina, nas suas escadarias milhares e milhares de fitinhas do Bonfim parecem fazer coreografias ao sabor do vento. Um espetáculo colorido e feliz. Dentro da Igreja, o salão de ex-votos recheados de fotos e peças de cera, que são trocados diariamente, tamanha a procura por agradecimentos as graças alcançadas.
Um pôr do sol apreciado de um lugar lindo, sem pedintes e com estacionamento gratuito e interno, é no Solar do Unhão (av. do Contorno s/n), onde funciona o Museu de Arte Moderna. Ainda é possível caminhar pela área externa do museu, passeando pelo parque das esculturas e sentar para descansar, admirando a linda paisagem da Baia de Todos os Santos. Se quiser, é possível tomar um café na cafeteria local. Chegue cedo, para parar o carro com mais tranqüilidade.
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Pôr-do-sol no Unhão |
Visitar a Bahia e não falar de comida, é impossível! Prove e aprove os seus deliciosos acarajés! Recheados com vatapá e camarão seco, uma passada de pimenta, vixe! É bom demais! Você encontra em tudo que é lugar, a cada esquina uma baiana querendo te engordar. Experimente o da Cira (no Largo da Mariquita/Rio Vermelho ou em Itapuã na rua Aristides Milton). Crocante e sequinho, o senão é a longa fila. R$ 5,00, o com camarão.
Para almoçar, o Paraíso Tropical (rua Edgar Loureiro, 98-B) fica num lugar fora do roteiro turístico, no feio bairro do Cabula. No próprio espaço do restaurante o dono cultiva seu rico pomar e utiliza as frutas nas suas releituras da culinária baiana. Deliciosa a Moqueca do Beto, de siri mole, siri catado, camarão e maturi. Lá você encontra também frozen de frutas, de sabor intenso. De cortesia, eles servem ao final uma cesta de frutas do quintal.
Caso queira variar o cardápio, coma um sushi no Soho da Bahia Marina que tem um visual incrível! Sua cozinha não é espetacular mas o restaurante é construído em cima das pedras, de onde quase podemos pegar nosso jantar. Fomos cedo e pegamos uma mesa privilegiada. Caso queira chegar mais tarde, melhor reservar (f: 3322-4554)
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No Soho |
De resto, curta Salvador. Tente se acostumar com os buracos nas ruas, o jeito estranho dos baianos dirigirem e prove uma cocada de frente ao mar. A vida parece mais simples e bela.
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