Alagoas é um estado com muitas atrações. São praias e rios que enchem os olhos dos visitantes. Para nós, santistas, acostumados com praias de água escura, foi um golpe no olhar aquele mar verde, cristalino. A gente não se cansou nem por um minuto de ficar olhando aquele marzão lindo sem fim. Ficamos tempo suficiente para vermos muita beleza natural e recomendar com louvor esse destino no nordeste brasileiro.
Se possível, faça as praias de carro, com mais flexibilidade de horário, pois na estrada litorânea no AL 101 existem inúmeras praias. Lembra de longe, um pouco a Rio-Santos, sabe? Praias lindas, muito perto umas das outras. Com a diferença da tonalidade do mar e da temperatura da água, bem mais agradável...
A capital Maceió
A capital tem praias de mar verde, maravilhosas. Mas além das praias, possui estrutura da cidade grande. Sua orla tem inúmeros quiosques, com diferentes tipos de comida: italiana, japonesa, argentina. Também possui calçadão para caminhadas e ciclovia.
Destaca-se a Praia de Pajuçara: urbana, com boa infraestrutura e quiosques à beira mar. Mas com o mesmo verde esmeralda na água e piscinas naturais que podem ser visitadas na maré baixa em um passeio de jangada. Boa opção essa praia para quem não tem muito tempo ou paciência de ir mais longe. É também escolha certa para uma caminhada ou corrida no final de tarde.
Fora da orla ficam os bares que os locais costumam freqüentar. São bares com estilo de São Paulo ou do Rio de Janeiro, mais charmosos e descolados, e com menos turistas. Eles se concentram na Av. Dr. Antônio Gomes de Barros e no seu entorno, no bairro Jatiúca. O mais animado deles é o Alagoana.
Em Maceió, ficamos - e recomendamos - no camping Santa Rita, de frente para a praia Cruz das Almas (S 9°38,012’ W 35°41,919’). Limpo, gramado, com pia, tanque e área coberta com rede. Pagamos R$25 pp. Na alta temporada, é melhor reservar pois parece ser bastante procurado. Fale com o Paulo no (82) 3325-1076.
Praia do Francês
A praia do Francês é encostada em Maceió, ao sul. Muito perto mesmo. Tem aquele mar transparente, a areia branca e muitas jangadas para enfeitar a foto. Tem um recife que deixa o mar mais calmo no canto esquerdo da praia e ondas bacanas para os surfistas no canto direito. A vila é arrumadinha, com restaurantes e lojinhas, oferecendo bastante estrutura para o turista. O acesso a praia é fácil: tem placas indicando e a estrada está boa.
A Praia do Francês é muito procurada como destino de um dia das excursões que se estabelecem em Maceió. Portanto, é bem movimentada em toda sua extensão. Nos quiosques da praia, são vendidos principalmente peixes e frutos do mar a um preço razoável. Uma porção de agulhinhas (tipo de peixe) custa R$ 15,00.
Praia do Francês |
Ficamos na Pousada Le Baron (S9°46,158’ W35°50,738’), pois tinha wifi e não encontramos o camping que pesquisamos na internet. Pagamos caro pelo que era (R$100 o casal, com café da manhã), mas realmente tínhamos necessidade de usar a internet - nosso modem pen drive não funcionou lá - e tomar um banho quente.
Praia Do Gunga
Fica 20km ao sul da Praia do Francês. Antes de chegar na praia, suba num mirante pago (R$1 pp), tem uma vista espetacular. É tanto coqueiro e mar! Na praia, um recife deixa a água calma e quentinha. Conta com estrutura de quiosques e passeios de buggy e barco. Depois de um banho de mar, é possível tirar o excesso de sal no Roteiro, o lago que se liga ao mar, na extensão da praia.
Praia do Gunga |
Acabamos parando na cidade de Barra de São Miguel, uma vila em plena expansão. Muitas construções, pousadas, mas poucos restaurantes. Poucos mesmos. Rodamos bastante até achar o Marim, que fica na Vila Niquim, um oásis no sertão, extremamente charmoso e com ótimas porções onde comemos a melhor mandioca frita até o momento. Para dormir, ficamos no camping Beira Mar, que fica na Praia do Cais. A estrutura do camping não era tudo isso. Mas o dono foi bem simpático e acabou disponibilizando um quarto de sua simples pousada para passarmos a noite (R$ 30,00). Ficamos com uma impressão ótima dessa cidade, muito organizada e bonitinha. Além de ser encostada a Praia do Gunga.
Foz do Rio São Francisco
O Rio São Francisco, também conhecido como Velho Chico, tem uma importância muito grande na economia brasileira. Com mais de 2800km de extensão, nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais e passa por mais quatro estados brasileiros. Suas águas, transparentes, são navegáveis, produzem energia elétrica e irrigam muitas terras. Sua foz faz a divisa de Sergipe e Alagoas.
Enchi a garrafa com a água do rio. |
Recomendamos conhecer sua foz, em um passeio belíssimo, saindo de Piaçabuçu em barcos que levam os turistas para se banhar em águas doces, salobras e salgadas. Um pouco antes de seu delta, uma praia de água doce e lindas dunas enfeitam ainda mais a paisagem.
Dunas fotogênicas! |
O acesso para Piaçabuçu é fácil: saindo da BR 101 e pegando em direção a cidade histórica de Penedo, e depois, seguindo para Piaçabuçu, o caminho todo de asfalto. Na verdade, pela BR são duas saídas que chegam a Penedo, mas não encontramos a primeira, que saía em direção a Tapera e acabamos indo até a segunda saída, em Cedro. Na verdade, a BR 101 está com muitas obras e em vários pontos, o trânsito fica meia pista. Achamos que nessas obstruções, perdemos a primeira entrada. Apesar das obras que prometem melhoria no trecho alagoano da rodovia, atualmente o asfalto está em péssimas condições, complicando o percurso para carros e motos. A sinalização também deixa a desejar, portanto fique atento aos mapas e GPS.
A cidade de Piaçabuçu é uma vila pequena e com pouca estrutura. Vimos um restaurante e uma pousada na vila. O melhor é passar por lá somente para fazer o passeio de um dia mesmo, pernoitando em outra cidade próxima com mais estrutura, como Penedo, Barra de São Miguel ou até Maceió.
Encontro do rio com o mar |
Nós fizemos o passeio por conta própria, com mais quatro pessoas, com um barco pequeno e coberto. Pagamos R$30,00 por pessoa e esse preço incluía apenas o translado. Ninguém nos avisou que o guia seria por fora, o que achamos uma tremenda falta de profissionalismo. Existe uma opção mais barata, em barcos menores, mas descobertos. Ou contratar o passeio em uma operadora de turismo em Maceió. Quem vai com as grandes operadoras, encontra na praia vendedores ambulantes que oferecem artesanatos, comidas e bebidas. Quando nós chegamos, os ambulantes já haviam ido e encontramos uma praia vazia e silenciosa, ótimo para nosso esquema de viagem. Recomendamos levar um lanchinho e água pois o passeio todo dura aproximadamente 3 horas.
Carro Quebrado
Carro Quebrado, localizada na Ilha de Croa, ao norte de Maceió, tem um diferencial para outras praias alagoanas: lindas falésias coloridas. O melhor ponto para vê-las é de um mirante em cima do morro, de onde se chega de carro. Antes de descobrirmos esse mirante, fizemos todo esse caminho a pé pela praia que foi bem cansativo pois existem poucas sombras. Recomendamos levar alguma coisa para comer e beber pois os poucos ambulantes que lá existem apenas tem bebidas ou querem tomar conta do seu carro.
Vista das falésias da praia |
Antes o acesso até a praia devia ser bem complicado, por isso o nome Carro Quebrado. Hoje, para se chegar a essa praia está bem mais fácil. Para começar, a ligação até a Ilha de Croa hoje é seca, por uma ponte. Mas chegando à ilha, não existem placas indicando a direção da praia. Ou você pega um dos muitos e insistentes “guias” para te indicarem o caminho ou você tem um bom mapa GPS. Mas depois que você descobre o acesso, a estrada de terra está relativamente boa, comparando com outros trechos que já fizemos nessa viagem. Novamente repito: a melhor foto é tirada do Mirante, com acesso fácil para qualquer carro ou moto (S9°21,032 W35°27,97). Mas não deixe de ver as falésias da praia também. Descobrimos dois acessos, um mais perto das falésias – e da muvuca dos turistas – e outro um pouco mais isolado e tranqüilo. Baixe nosso tracklog e vá direto onde quer. Ficamos com a impressão que as placas de indicação para as praias são retiradas pelos “guias” da região. Uma maneira de forçar a contratação de seus serviços.
Vista do mirante |
A Ilha de Croa possui uma vila muito simples, com poucos serviços. Vimos apenas uma pousada no caminho para Carro Quebrado. Por isso, ela é procurada como destino de um dia.
Maragogi
Diante de tantas praias belas, a praia de Maragogi central nem é tudo isso. Mas a vila é maior que as demais e tem mais infraestrutura, com supermercado, padaria, farmácia. Vimos muitas pousadas mas poucos restaurantes. Lá nós não acampamos no Jumbo, ficamos hospedados com a Katja, da Pousada Dolphin (R. Santa Teresina, 18, Maragogi). Katja além de extremamente hospitaleira nos deu várias dicas interessantes da região.
Entre elas, a melhor praia da região: Pontal do Mangue. O cenário é bem parecido com os outros mas suas águas são mais cristalinas. O mar é extremamente calmo, parece uma piscina de águas mornas. Chama-se Pontal do Mangue pois do lado direito, existe uma ponta de areia que avança em direção ao mar e leva as pessoas até algumas piscinas naturais na época na maré baixa. Preste muita atenção às tábuas das marés: a vidas das pessoas (e o turismo) giram em torno delas. Por exemplo, descobrimos que só seria possível fazer o passeio para as Galés (piscinas naturais com águas cristalinas) dois dias após nossa partida, pois a lua estava minguante. Caso seja sua vontade realizar esse passeio, informe-se antes.
Praia de Pontal de Mangue |
Na praia de Pontal de Mangue encontramos um camping com uma super estrutura: o camping do Sávio Jesus (082-3296-9182 e 081-9428-9100 S08°57,447’ W35°10,418’). Em frente a praia, com muitas partes gramadas, mesa e bancos na sombra, fogão de lenha e churrasqueira à disposição além de um super banho de pote, vale muito a pena. Para quem vai de carro, a parte destinada a eles é do outro lado da estradinha, ainda perto da praia. Jesus nos disse que assim os carros não enfeiam a paisagem. E tem razão! Infelizmente não ficamos nesse camping pois quando o descobrimos já tínhamos combinado a estada no Recife. Mas passamos nossa manhã lá, conversando com Jesus e com um casal de simpáticos holandeses que vivem na estrada a 17 anos, Klaas e Willi. Além do camping, Pontal de Mangue conta também com alguns simpáticos quiosques à beira mar.