domingo, 26 de junho de 2011

Com açúcar, com afeto

Uma das coisas mais legais de se fazer em viagens é comer. Experimentar a culinária de um povo faz você se aproximar da cultura, dos costumes e até de sua história. Junto com os sabores, muita coisa vem carregada. A memória gustativa é muito forte, tão forte quanto a olfativa, portanto não se atenha somente a sua visão. Depois de muitos anos, um aroma, um sabor podem te trazer com muito mais intensidade o que você vivenciou e ficou guardado naquelas pastas secretas da mente, do que muitos álbuns de fotografia.

Gostamos muito de cozinhar e de comer bem. Não fazemos a comida de todo dia, aquela que as mães faziam (ok, algumas ainda fazem), balanceada, para nutrir o organismo das vitaminas necessárias para o bom funcionamento do corpo. Essa sim, comida que se reinventa pois parece história de criança: sempre se quer um pouco mais do mesmo.  Mas ao cozinhar me envolvo e espero que, se minha comida não nutra com todas as vitaminas o corpo, nutra com sabores e carinho quem for comer.
                Numa vontade louca de prolongar uma viagem, a gente sempre, SEMPRE traz alguma comidinha para ser apreciada aqui. Mesmo sabendo que o sabor não será igual, servirá como referência do que foi e está guardado. Doces ou salgados momentos.

Produtos locais servem para belos pic-nics


                Portanto, quando fomos para a Argentina, voltamos repletos de “dulce de leche”. Menos doce que o nosso, sucesso absoluto na família. A cor já é linda, de um caramelo mais escuro e cremoso na medida.
                Do Chile, trouxemos vinho. Temos uma super técnica para trazer garrafas em viagens de avião que pretendemos patentear um dia: enfiar as garrafas dentro de meias, em saco plástico, embrulhar na roupa e rezar para que não quebrem. Até hoje deu super certo e serve também para as garrafas de cerveja.
                Dos Estados Unidos, trouxemos dois molhos: Honey mustard e o Barbecue. São excelentes e servem para temperar tudo, fica um gosto muito bom. Mas use com moderação, para não encobrir o gosto da comida principal.
                Da Bélgica, trouxemos cervejas (inclusive de framboesa), chocolate e açúcar de cana. Um quilo. Ok, tem açúcar no Brasil, mas nós encontramos um que era citado no nosso livro de receitas de creme brûlée que compramos em Paris, para queimar com maçarico. Foi uma boa, pois até agora foi o único que cumpriu o objetivo.

Terra do chocolate bom


                Da Chapada Diamantina, já trouxemos jambo (que virou pé de jambo em Santos), pequi, biscoitos amanteigados e umbu, muito umbu, que lá se vende na medida da lata. Do mais engraçado que trouxemos foi a abóbora do norte, uma abóbora de casca pálida e polpa bem vermelha, que cismei: só existe no Nordeste. Trouxe duas, 10 kilos de abóbora. Descobri que vez em quando, tem dela igualzinha no Krill de Cubatão. Mas valeu para conhecer a feira da Bahia, tão diferente da nossa.

Pé do caroço do jambo



               



Jambo delicioso














Atibaia foi a culpada dessa mania de trazer comida. Ia sempre quando menina, fim de semana sim, fim de semana não e minha mãe queria trazer tudo. Era leite de “vaca”em vasilhas de alumínio, cheio de nata que eu comia de colher, ovos de “galinha”, queijo fresco, galinha matada, laranja lima e limão do quintal. Tentava trazer araçá, mas perdia o sabor, tinha que comer no pé. Ainda trazia doce de goiaba, de casca de laranja, de figo, feito no tacho grande, apurado por horas e horas. E o melhor licor de jabuticaba que existe, caseiro, feito pela querida Maria, sempre zelosa. Infelizmente, isso tudo é passado. Estou aguada pelo doce de casca de laranja, que não ligava muito quando criança, mas queria voltar a experimentar. Hoje, quando vou para Atibaia trago uma caixa de papo de anjo, da fábrica de doces portugueses. Queria trazer o sorvete, mas não dá. Uma pena!
                Mas a viagem que arrebentou o paladar foi para a França no ano passado. Especificamente, a Provence. Nos sentimos como o ratinho do desenho “Ratatuille” experimentando combinações de sabores. Foram fogos de artifício no foie gras num bistrô da Provence. Sem dúvida, a melhor experiência gastronômica dos meus 34 anos. Por sinal, a Provence é o lugar. Tem que ir. Trouxe de lá mel de lavanda, baunilha em fava, foie gras, azeite, queijo de cabra e até um pedaço de manteiga que não tive coragem de jogar fora e chegou inteirinho ao Brasil. Fora o que experimentamos lá e impossível trazer. Croissants, éclairs, vieiras. O croque monsieur consegui repetir aqui, mas não foi fácil.

                O tal do restaurante que aguçou nossos sentidos se chama Terrace e fica em Goult. Mas ficamos com a impressão de que ele não é o único. Cada vila tem vários bistrôs e todos parecem especiais.



Menu
 



Primeira opção dos "plats"
 
Pois no dia dos namorados, um pouco da França esteve aqui em casa. Fiz creme brûlée de sobremesa com a baunilha e o açúcar que trouxemos de viagem. E acertei. Veja o vídeo abaixo.




                Não adianta: quando a gente viaja, a gente volta diferente. E por isso que devemos fazer das nossas viagens uma experiência sensorial que envolva todos os sentidos.



Difícil é carregar tanta coisa gostosa em tão pouco espaço...
 


segunda-feira, 20 de junho de 2011

A saga da CNH

Dirigir é fácil, difícil é tirar a CNH
Para dirigir nos muitos países em que passaremos, é mais prudente termos a carteira de habilitação internacional, ou Permissão Internacional de Dirigir. Um documento fácil de tirar, direto no Detran de sua cidade, no Touring Clube ou até em sites de fora do país.
Só um pequeno detalhe: a habilitação internacional pode ter, no máximo, a mesma validade de sua carteira nacional. E a minha vence em setembro de 2012; no final, mas ainda durante a viagem. Quer dizer que mesmo sem a habilitação internacional eu teria que renovar a habilitação antecipadamente.
Beleza, sem problemas. O mesmo aconteceu com o passaporte, cartões de crédito, vistos, etc. Só ir até o órgão que emite o documento e pedir um novo. Só que, pra quem não sabe, o Detran ganha o concurso mundial de burocracia e antipatia no atendimento, e assim proliferam os despachantes e outros atravessadores que ganham com algo que o Estado deveria fazer. Mas não teria graça - e nem esse post - se fosse assim tão simples. Vamos lá:
Passo 1: Google – descobri que o Detran não permite a renovação antecipada da habilitação, a não ser em caso de “excepcionalidades envolvendo interesse legítimo do condutor”. Achamos que esse era o meu caso e dessa forma teria que entrar com uma solicitação no Detran.
Passo 2: Ciretran de Santos – já sabendo do esquema do Detran, vou com muita paciência procurar o guichê certo e ficar na fila. Explico meu caso e a informação é de que o Detran só permite a renovação da CNH 1 mês antes do vencimento, mas se quiser, posso solicitar uma exceção no Detran que emitiu a CNH, no meu caso em São Paulo capital.

Passo 3: seguimos para o Detran de São Paulo, onde minha habilitação foi expedida, já com todos os documentos necessários para renovar a habilitação, nas vias originais, cópia simples, mais autenticada em 9 vias e rubricadas pelo presidente do Senado de 1998, além de carregar uma grande dose de paciência.
                Após uma peregrinação no prédio pra encontrar o guichê certo, apresento meu caso e a simpatia que dormiu de calça jeans molhada pede para falar com o supervisor, que está na mesa atrás dela - Sr, nós não podemos renovar a CNH antecipadamente, mas falta muito tempo ainda pra você sair, volte novamente 2 meses antes de viajar. Nem preciso dizer que a segunda tentativa de convencimento foi tão frutífera quanto a primeira. Voltamos pra casa. Pelo menos passeamos de metrô.
Passo 4: Despachante – até aqui foi mais difícil do que pensava e vou precisar contar com a boa vontade do delegado do Detran. Melhor procurar um despachante, de preferência que tenha bons contatos dentro do Detran e que talvez facilite esse processo. Assim entramos em contato com o Despachante Cury, por telefone já que o Princesa fechou. A primeira informação foi que o Detran não fazia renovação antecipada, mas pela minha insistência, falaram que iriam verificar. Pediram cópia da minha CNH, que enviei escaneada por email no mesmo dia. Após 1 semana, liguei pra ter notícias. Pediram novo email pois o primeiro não chegou. Novo email, mais uma semana, estão verificando com o Detran. Mais uma semana e ainda não tiveram resposta. Quando liguei na 3ª semana me informaram que não tinha jeito, o Detran não faz renovação antecipada. Grrrrr !
Passo 5: Detran Santos – decidi tentar a renovação por minha conta no Ciretran de Santos – que é mais perto pra mim do que ir pra Sampa fazer isso. O primeiro passo seria transferir a CNH pra Santos e depois tentar a sorte em um processo pra renovação antecipada. Foi quando apareceu uma alma caridosa e atenciosa a quem agradeço muito, a Sheila, atendente do Ciretran. Expliquei pra ela meu caso, que iria transferir a CNH pra Santos, entrar com processo pra renovação antecipada e depois tirar a PID, quando:
                - mas então seria melhor você já fazer o exame médico agora. Porque o que vence é o exame médico, e fazendo um no momento da transferência, a CNH será reemitida já com validade de mais 5 anos. E depois é só pedir a PID que sairá com essa mesma validade.
                Hein ?! Como assim? Porquê ninguém me falou isso antes? Era só fazer qualquer alteração na CNH, alterar a categoria, transferência de cidade, etc e fazer também o exame médico.
                Peguei a lista de documentos e o procedimento pra agendar o horário pela internet no e-cnh SP. Não sei se a Sheila curtiu minhas costeletas ou eu é que estou zicado pra emitir essa CNH mesmo. Devido a um problema de sistema, não consegui fazer o agendamento pela internet, e tive que voltar mais 3 vezes no Ciretran pra resolver. No dia programado pra colher as informações biométricas: fotografia e digitais, fui lá mais 3 vezes, e entre elas fiz o exame médico e paguei a taxa de transferência.


Além da Sheila, as costeletas tem outras fãs
  Mas depois de muita paciência e gasolina, consegui dar entrada no processo de renovação. Dizem que daqui a 10 dias – úteis – ela estará reemitida com validade pra 2016. Depois é só tirar a PID.
Fala sério, Brasil! Dá prá complicar mais um pouquinho?
Aguarde os próximos capítulos dessa emocionante saga, em breve, aqui no nosso blog!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Canais santistas

          Conhece aquela poesia “Canção do exílio” que diz “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá?” Uma verdadeira ode as belezas naturais brasileiras. Lógico, com um pouquinho de exagero, exaltando as coisas que existem aqui e que não existem por lá, seja o lá onde for.

Que linda paisagem de Santos!

      Santista é meio assim, soberbo em relação a sua cidade. Só percebemos isso depois que falamos com algumas pessoas que ironicamente se dirigiam aos santistas como “povo simpático”. Já tínhamos percebido que santistas em geral gostam muito de onde moram e costumam ver só o lado positivo da cidade. Amam tanto essa ilha, que não enxergam o trânsito, os prédios altos, a pobreza. Apenas vêem o mar, o porto, a cidade plana.
      Somos santistas, de nascimento e de time, mas gostamos de nos sentir estrangeiros na nossa cidade, comparando nossa realidade com outras que já vivenciamos.
      Nossa expedição está causando grandes expectativas com relação a tudo. Vira e mexe nos pegamos a perguntar: será que vamos sentir falta da nossa comida? O que será que iremos comer no Peru, na Bolívia? Será que quando voltarmos o Orquidário vai estar pronto?*
      Mas tem uma coisa, dentre tantas outras coisas que sabemos que não encontraremos em muitos lugares. Garças no canal. Como assim?

Novos moradores
       Explico: os canais santistas não existem apenas para localização espacial de turistas e não turistas, que costumam perguntar “Perto de qual canal fica?”. Há anos atrás, um engenheiro sanitarista, Saturnino de Brito foi contratado para resolver o problema de habitação e higiene da cidade. A parte de Santos próxima à praia não podia ser habitada porque consistia em charcos e mangues. Além disso, doenças relacionadas à falta de saneamento básico matavam muita gente na região. Dessa forma, ele resolveu construir os canais (no total nove) para drenar a água e separar o esgoto da água potável. Construídos entre 1905 e 1927, os canais de Santos foram parte de um grande plano de saneamento que controlou epidemias e drenou as áreas alagadas, possibilitando o desenvolvimento do Porto e a expansão da cidade. Incorporados aos hábitos santistas, os canais são tombados pelo Patrimônio Histórico e fazem parte da nossa vida cotidiana.

Muito além de marcar distâncias nas corridas e caminhadas

       De uns anos para cá, um novo membro habita os canais santistas: garças que disputam com as crianças os peixinhos do canal. Saibam que aqui na nossa terra, quando a gente era criança uma das brincadeiras preferidas era pegar peixinhos no canal em latas (para as mães que desesperadas tentavam desinfetar com muito álcool seus satisfeitos pescadores...). Voltando as garças, elas enfeitam a paisagem e sempre chamam a atenção com sua elegância. E estão virando um símbolo da cidade.

       Quais serão as garças desse monte de cidades por onde iremos passar?

No canal 2 com a praia

 * Orquidário é um Parque Municipal zoobotânico localizado no bairro do José Menino, muito conhecido pelos santistas que aos finais de semana buscam nas sombras de suas árvores tranquilidade e contato com a natureza. Ótimo lugar para levar crianças, ler um livro ou apenas passear, ele está em reforma desde maio de 2009 e sua reinauguração está sendo sempre adiada.



Como é gostoso passear no Orquidário


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Midiáticos

            Para quem ainda não sabe, nós já estamos divulgando nossa expedição em outro site: no Webventure, o maior portal brasileiro de aventura da internet. Dê uma passadinha por lá para nos visitar. São vários colunistas que escrevem sobre diferentes assuntos: escalada, bike, ralis entre outros. Nesse site, aproveitamos para fornecer dados mais, digamos, técnicos do assunto. No momento, estamos realizando uma seqüência de posts sobre os preparativos, com muitas informações. Ah, e ainda é possível virar nosso seguidor lá também! Seria muito bom se você pudesse nos seguir. Faz parte da divulgação.


            Com relação a meios de comunicação, demos uma entrevista para o informativo da Unicred de junho. A Unicred é uma cooperativa de crédito na área de saúde que vem crescendo bastante nos últimos anos. A entrevista está bem bacana e mostra bem qual nosso projeto, o que faremos, além de divulgar nosso site e blog.


            Também fizemos nossas primeiras aparições na televisão. Gravamos uma pequena entrevista que foi veiculada no jornal das 7 na Band Litoral, dia 25/abril . Vieram aqui na nossa casa e pudemos mostrar nossa maquete do carro além de conversar um pouco sobre algumas viagens de aventura realizadas anteriormente. A matéria ficou ótima, fora que pude conhecer pessoalmente a Paola Vianna, jornalista que me acompanhava todas as manhãs a caminho de Cubatão. É que ela fazia um programa de rádio na extinta Rádio Litoral (91.9) que se chamava Manhã Litoral. Começava às 6:40 e eu conseguia me atualizar sobre os assuntos da Baixada Santista antes de chegar a escola.


           Como editor desse programa estava o Paulo Schiff, jornalista que se interessou pela história e nos convidou para participar de um outro programa de TV, o Notícias em Debate, também na Band. Fomos, lógico, e fizemos um programa de meia hora ao vivo com o Paulo, que nos deixou super a vontade.
           Veja em nosso site a entrevista realizada para o jornal da Band, num vídeo de 2 minutinhos. E também a entrevista de 30 minutos para o Paulo Schiff, que pelo tamanho teve de ser dividida em 3 partes.


           Faça sua parte: divulgue para seus amigos e parentes e vire nosso seguidor, tanto aqui quanto no webventure.  Essa propaganda é muito importante para nós.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O logo

               Uma imagem vale mais que mil palavras. Quando a palavra se cala, procuramos outras formas de expressão e usamos a fotografia, o desenho, a pintura, o som, o corpo para nos expressar.
                Para representar o Anima visualmente, fomos atrás de um logotipo que pudesse expressar o conceito da nossa ideia de sabático, de aventura e de desprendimento.
                Não foi fácil. Principalmente que estávamos inspirados pela máxima “menos é mais”, escolher poucos traços que pudessem sintetizar tantas coisas ao mesmo tempo deu muito trabalho.
                Contamos com a ajuda profissional da Patrícia, que com muita paciência foi tentando traduzir através de imagens nossas sugestões do que queríamos. O problema é que a gente não sabia direito o que a gente queria. Então, foram muitas tentativas até chegar ao produto final. Obrigada, Patrícia, por nos ajudar nessa empreitada!
                E com muito orgulho e suor, dividimos com vocês a marca do Anima!

 



                Em breve, estaremos com adesivos e camisetas a venda para divulgação. Participe!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...