sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A volta prá casa!

Depois de um longo silêncio, voltamos a escrever no nosso blog. Dessa vez para contar de uma antiga conhecida, nossa cidade natal, Santos.
Santos não é a cidade mais bonita do mundo, nem da América. Mas é a cidade onde nascemos e crescemos e estávamos ansiosos por reencontrar nossa cidade, nossa família e nossos amigos.
Santos

Nós decidimos chegar pela BR 116, ao invés de descermos a Serra do Mar pela Anchieta/Imigrantes pois queríamos adiar o aborrecimento que são os congestionamentos nessas estradas. Fomos chegando de mansinho, passando por Praia Grande, São Vicente (passamos pela Ponte Pênsil) e finalmente, Santos! Nós moramos perto do canal 2 mas decidimos percorrer a orla um pouquinho mais e sentir nossa cidade!
Da janela do Jumbo, uma orla bem conhecida!

Nossa casa estava igualzinha! Mérito para nossa família e nossa faxineira que deixaram tudo nos trinques para nossa chegada! Ficamos emocionados ao ver nosso espaço novamente... Quanto espaço! Quanta coisa! Quanta roupa!!! Meu Deus, durante 19 meses vivemos intensamente com tão pouco, agora um apartamento com uma porção de coisas pouco utilizadas, deu um nó na gente.
Encontramos nossos familiares aos poucos. E no dia 31 de maio, aniversário da Marina, reunimos todo mundo aqui em casa para celebrar. Foi muito, muito bom!!!
Viva! Sobrinhos!!!

Família encontrada, vamos a parte prática (e chata) da volta ao lar. A primeira providência foi arranjar uma internet pra nossa casa e um número de celular. Nesse tempo todo fora, usamos apenas wi-fi nos campings, postos de gasolina, mc donald´s... Sabe aquela propaganda de wi-fi (veja aqui) que vem sendo veiculada na TV? Sim, ela é baseada em fatos reais e nós fazíamos exatamente a mesma coisa que os protagonistas. A internet chegou em casa após uma semana apenas, o que deixou a gente maluco atrás de um sinal aberto. Do tipo caminhando pelo estacionamento com o tablet atrás de uma rede.
O celular foi outra providência importante. Legal, nós chegamos mas estamos incomunicáveis. Não rola. Tivemos que resolver isso logo de primeira.
Outra coisa que nos encontrou logo de cara foi a famosa reunião de condomínio onde um dos assuntos era os riscos do Jumbo estacionado no prédio. Comparecemos mas foi um rolo só. Queriam nos proibir de estacionar o Jumbo lá. Mas principalmente porque na ata apareceram itens que não foram discutidos no dia da reunião sobre a necessidade da apresentação de inúmeros laudos que comprovassem que o Jumbo era um veículo seguro (do tipo que ele não vai explodir ou afundar o chão do edifício). Nós passamos por 18 países e em nenhum aconteceu nada parecido. Nem nas fronteiras mais chatas. Justamente onde a gente mora, houve esse tipo de problema. Parece piada, mas é a realidade. Foi pra esse tipo de coisa que voltamos...
Jumbo e seus amiguinhos de viagem, sem nenhum stress

Também logo começaram o sobe e desce prá São Paulo. Perdi as contas de quantas vezes usamos a Anchieta e a Imigrantes desde que voltamos. E também perdi as contas de quantos comboios e estrada parada pegamos. Isso que não estamos na época da safra de soja, quando a estrada pára mesmo. Juro, não sabemos o que será no ano que vem. O Mauro fica inconformado, “Dirigi 100 mil quilômetros mas nada se compara a chatice desse anda e pára da Imigrantes”.
Anchieta: mais que o dobro do tempo para chegar a Santos

Quanto a vida social, também vivemos momentos de estresse. Logo no começo, a Marina desenvolveu uma certa “fobia social”. Não conseguia ficar em grupos maiores de cinco pessoas (tirando a família próxima). Todo mundo chegava perguntando da viagem e ela não gostava de ser o centro das atenções. Mesmo porque como resumir num reencontro rápido entre conhecidos a experiência absolutamente única de se viver por 19 meses na estrada? Por onde começar? Ainda hoje existe certo pânico quando as perguntas começam.
Outro problema são os eventos. Eventos e mais eventos. Churrascada, almoço, pizzada, feijoada, aniversários, etc, etc, etc.... Chegamos e fomos anotando num quadro todos os
compromissos sociais que a gente tinha. Sim, a gente estava com saudades de todos, queríamos  reencontrar todo mundo mas passamos esse tempo alheios a certas convenções sociais. Éramos dois apenas. E nos acostumamos de tal forma um com o outro que nos
Jantar Brasil/Coreia
bastávamos. Momentos deliciosos de ... silêncio!!! Ah, mas na viagem vocês não fizeram amigos? Sim, uma porção! Inesquecíveis todos eles! Mas era tudo mais simples, combinar um jantar era no mesmo dia, quando não na mesma hora. A preparação da comida era com o que a gente tinha na despensa ou geladeira. E se não desse certo, paciência. E roupa, nem se fala! A gente não se preocupava em como estávamos vestidos. Se todos estivessem de banho tomado já estava de bom tamanho. O papo era a estrada, o país de origem, que filme baixar na internet, nossas dificuldades ou coisas imperdíveis para fazer em determinados locais. Jamais sobre a secretaria de educação, dias letivos, o cabeleireiro, a unha, o time de futebol. Jamais!!!

Santos está igual e diferente (ou diferente estamos nós??). A cidade parece ter uma orla mais apertada, o mar parece mais escuro do que nossa lembrança. Além disso tem muito mais trânsito, muito mais prédio além de inúmeras temakerias abertas. Sim, ficamos surpresos com essa moda de temakerias em Santos.


Mas escrevi, escrevi e não contei nada sobre Santos. Injusto. Nossa cidade merece um post especial, com atrativos e tudo mais que tem direito. Fica pro próximo!
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