Depois de um longo silêncio, voltamos a escrever no nosso
blog. Dessa vez para contar de uma antiga conhecida, nossa cidade natal,
Santos.
Santos não é a cidade mais bonita do mundo, nem da América. Mas
é a cidade onde nascemos e crescemos e estávamos ansiosos por reencontrar nossa
cidade, nossa família e nossos amigos.
Santos |
Nós decidimos chegar pela BR 116, ao invés de descermos a
Serra do Mar pela Anchieta/Imigrantes pois queríamos adiar o aborrecimento que
são os congestionamentos nessas estradas. Fomos chegando de mansinho, passando
por Praia Grande, São Vicente (passamos pela Ponte Pênsil) e finalmente,
Santos! Nós moramos perto do canal 2 mas decidimos percorrer a orla um
pouquinho mais e sentir nossa cidade!
Da janela do Jumbo, uma orla bem conhecida! |
Nossa casa estava igualzinha! Mérito para nossa família e
nossa faxineira que deixaram tudo nos trinques para nossa chegada! Ficamos
emocionados ao ver nosso espaço novamente... Quanto espaço! Quanta coisa!
Quanta roupa!!! Meu Deus, durante 19 meses vivemos intensamente com tão pouco, agora
um apartamento com uma porção de coisas pouco utilizadas, deu um nó na gente.
Encontramos nossos familiares aos poucos. E no dia 31 de
maio, aniversário da Marina, reunimos todo mundo aqui em casa para celebrar.
Foi muito, muito bom!!!
Viva! Sobrinhos!!! |
Família encontrada, vamos a parte prática (e chata) da volta
ao lar. A primeira providência foi arranjar uma internet pra nossa casa e um
número de celular. Nesse tempo todo fora, usamos apenas wi-fi nos campings,
postos de gasolina, mc donald´s... Sabe aquela propaganda de wi-fi (veja aqui) que vem
sendo veiculada na TV? Sim, ela é baseada em fatos reais e nós fazíamos exatamente
a mesma coisa que os protagonistas. A internet chegou em casa após uma semana
apenas, o que deixou a gente maluco atrás de um sinal aberto. Do tipo
caminhando pelo estacionamento com o tablet atrás de uma rede.
O celular foi outra providência importante. Legal, nós
chegamos mas estamos incomunicáveis. Não rola. Tivemos que resolver isso logo
de primeira.
Outra coisa que nos encontrou logo de cara foi a famosa
reunião de condomínio onde um dos assuntos era os riscos do Jumbo estacionado
no prédio. Comparecemos mas foi um rolo só. Queriam nos proibir de estacionar o Jumbo lá. Mas principalmente porque na ata apareceram itens que não foram discutidos no dia da reunião sobre a
necessidade da apresentação de inúmeros laudos que comprovassem que o Jumbo era
um veículo seguro (do tipo que ele não vai explodir ou afundar o chão do
edifício). Nós passamos por 18 países e em nenhum aconteceu nada parecido. Nem
nas fronteiras mais chatas. Justamente onde a gente mora, houve esse tipo de
problema. Parece piada, mas é a realidade. Foi pra esse tipo de coisa que
voltamos...
Jumbo e seus amiguinhos de viagem, sem nenhum stress |
Também logo começaram o sobe e desce prá São Paulo. Perdi as
contas de quantas vezes usamos a Anchieta e a Imigrantes desde que voltamos. E também perdi as
contas de quantos comboios e estrada parada pegamos. Isso que não estamos na
época da safra de soja, quando a estrada pára mesmo. Juro, não sabemos o que
será no ano que vem. O Mauro fica inconformado, “Dirigi 100 mil quilômetros mas
nada se compara a chatice desse anda e pára da Imigrantes”.
Anchieta: mais que o dobro do tempo para chegar a Santos |
Quanto a vida social, também vivemos momentos de estresse.
Logo no começo, a Marina desenvolveu uma certa “fobia social”. Não conseguia
ficar em grupos maiores de cinco pessoas (tirando a família próxima). Todo
mundo chegava perguntando da viagem e ela não gostava de ser o centro das
atenções. Mesmo porque como resumir num reencontro rápido entre conhecidos a
experiência absolutamente única de se viver por 19 meses na estrada? Por
onde começar? Ainda hoje existe certo pânico quando as perguntas começam.
Outro problema são os eventos. Eventos e mais eventos.
Churrascada, almoço, pizzada, feijoada, aniversários, etc, etc, etc.... Chegamos
e fomos anotando num quadro todos os
Jantar Brasil/Coreia |
Santos está igual e diferente (ou diferente estamos nós??).
A cidade parece ter uma orla mais apertada, o mar parece mais escuro do que
nossa lembrança. Além disso tem muito mais trânsito, muito mais prédio além de
inúmeras temakerias abertas. Sim, ficamos surpresos com essa moda de temakerias
em Santos.